PT

Lula denuncia desigualdades sociais e raciais no reencontro com PT na Bahia

Na reunião com o partido, Lula disse que ''saiu da cadeia mais humano''

AFP
Cadastrado por
AFP
Publicado em 14/11/2019 às 19:00
Foto: AFP
As lideranças brasileiras somem nos momentos difíceis - FOTO: Foto: AFP
Leitura:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que recuperou a liberdade na semana passada, denunciou nesta quinta-feira (14) as desigualdades sociais e raciais no país, em reunião do Partido dos Trabalhadores (PT), em Salvador. "Eu saí da cadeia mais humano, mais certo das lutas que nós temos que fazer. Esse país nunca teve sua história contada e seus heróis nunca apareceram em uma fotografia", disse Lula, diante de militantes e membros da Executiva Nacional do PT.

Confira a reunião do PT

"É uma vergonha a desigualdade que se acumulou neste país. Eles falam de uma reforma tributária e não planejam aumentar os impostos dos ricos? O governo de Jair Bolsonaro quer criar impostos mesmo para o seguro-desemprego", afirmou.

O ex-presidente (2003-2010) defendeu os programas de inclusão social criados em seu governo, que ele considera ameaçados hoje. "Eles achavam que menino preto não tinha que entrar na universidade. Por isso querem privatizar o ensino, porque se o povo entra na universidade, cria consciência política", declarou, em sintonia com os vários relatórios publicados recentemente sobre a exclusão racial por conta do "mês da consciência negra".

Prisão de Lula

Lula estava desde abril de 2018 cumprindo uma pena de 8 anos e 10 meses de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, mas foi libertado após o Supremo Tribunal Federal derrubar a possibilidade de prisão após condenação em segunda instância. Contudo, a decisão do STF não satisfaz Lula, pois afirma que foi vítima de uma conspiração judicial para removê-lo da disputa pela presidência no ano passado e reivindica a anulação dos julgamentos pelos quais passou. "Tenho fé que o processo será anulado", declarou.

No encontro dos militantes do PT estavam presentes a presidente do partido, Gleisi Hoffmann, o ex-candidato à presidência, Fernando Haddad, e o governador da Bahia, Rui Costa, entre outros dirigentes. 

Lula negou a necessidade de o PT, envolvido em inúmeras denúncias de corrupção, fazer uma autocrítica.

"Quem quiser que o PT faça autocrítica, faça a crítica você", disse, referindo-se a reivindicações de outras partes. Ele admitiu, no entanto, que "o PT deve sair mais humilde" a partir deste momento.

Em seus primeiros pronunciamentos após deixar a prisão, Lula criticou duramente Bolsonaro e vários de seus principais ministros, assim como a Lava Jato.

Lula estará no domingo em Recife, para participar de um festival musical batizado de "Lula Livre".

Últimas notícias