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Em dia de embate de Bolsonaro e Greta, apoiadores do presidente compartilham vídeo falso da ativista atirando

No início desta terça-feira (10), a jovem ativista foi chamada de "Pirralha" por Bolsonaro

JC Online
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Publicado em 10/12/2019 às 15:39
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No início desta terça-feira (10), a jovem ativista foi chamada de "Pirralha" por Bolsonaro - FOTO: Foto: Reprodução/Twitter
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Atualizada às 18h03

Entre os assuntos mais comentados desta terça-feira (10), a jovem Greta Thunberg continua na mira de apoiadores de Jair Bolsonaro (sem partido). A ativista sueca de 16 anos foi chamada de “Pirralha” pelo presidente da República mais cedo e, em reação ao comentário de Jair Bolsonaro, atualizou sua bio do Twitter para "Pirralha". Durante a tarde, foi associada ao vídeo de uma jovem atirando com um fuzil, postado também no Twitter indicando que a ativista seria a garota do vídeo. 

As imagens estão sendo compartilhadas por diversos usuários do Twitter, entre eles a deputada estadual Letícia Aguiar (PSL-SP), que em sua biografia na rede social se apresenta como “Deputada Estadual, a Favor da vida, da família, em defesa das crianças, amiga da Polícia e a favor da Escola Sem Partido! Conservadora e de direita”.

Ela postou o vídeo com a seguinte frase: “Até a pirralha da Greta Thunberg atira. Dia de tela azul na lacrosfera. #ArmasPelaVida”. Em resposta ao primeiro post, uma outra parte do vídeo deixa claro de que Greta Thunberg não é a garota que aparece nas imagens. 

Projeto comprova que mulher atirando em vídeo não é Greta

Após o compartilhamento do vídeo, o Projeto Comprova, no qual o Jornal do Commercio faz parte, comprovou que a mulher que aparece atirando no vídeo não é a ativista Greta Thunberg. Segundo a publicação, na verdade, a pessoa das imagens é uma sueca chamada Emmy, que confirmou ao Comprova ser quem aparece no vídeo. Em mensagem ao Comprova, ela disse ser mais velha que Greta Thunberg, que tem apenas 16 anos. "Aparentemente nós somos parecidas, mas sou 15 anos mais velha", comentou. 

A mulher que aparece nas imagens disse que o vídeo foi gravado durante um treinamento de tiro e achou engraçada a repercussão do tweet. "Espero que as pessoas realmente não pensem que sou ela. Não quero causar nenhum mal a Greta, acho ela muito legal", declarou. 

Afirmações de Greta sobre assassinatos de povos indígenas 

Um dos principais nomes na articulação contra os efeitos das mudanças climáticas, a ativista sueca afirmou no dia 8 de dezembro que os povos indígenas do Brasil estão sendo assassinados por proteger as florestas. "Os povos indígenas estão sendo literalmente assassinados por tentar proteger as florestas do desmatamento. Repetidamente. É vergonhoso que o mundo permaneça calado sobre isso", escreveu Greta, que compartilhou nas redes sociais uma notícia da Al Jazeera sobre as mortes no Brasil.

Ao ser questionado sobre o assassinato de dois indígenas no Maranhão, Bolsonaro respondeu que a ativista é uma "pirralha". "Qual o nome daquela menina lá, lá de fora? Tabata, como é? Greta. Já falou que índios estão morrendo porque estão defendendo a Amazônia. Impressionante a imprensa dar espaço para uma pirralha dessa aí, uma pirralha", disse Bolsonaro em frente ao Palácio da Alvorada, onde costuma parar para tirar selfies com apoiadores e responder perguntas da imprensa.

Bolsonaro afirmou também que "qualquer morte" preocupa o governo. E que é contra crimes ambientais. "Preocupa. Qualquer morte preocupa. Temos de cumprir a lei. Somos contra desmatamento ilegal, somos contra queimada ilegal. Tudo o que for contra a lei, somos contra", disse o presidente.

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