O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), afirmou, nesta sexta-feira (20), que desde o ano passado investigam seu filho, o senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ), e "não acham nada". O presidente falou sobre as investigações envolvendo seu filho na portaria do Palácio do Alvorada, em Brasília, ao ser questionado por jornalistas sobre o assunto.
"Você já viu o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro investigar qualquer pessoa, qualquer ato de corrupção, qualquer agente público do Estado? Olha que é o Estado mais corrupto do Brasil", afirmou o presidente ao ser questionado sobre como via os indícios levantados pelo MP do Rio sobre o caso.
"Já foram em cima do MP ver se vão investigar o Witzel (governador do Rio, Wilson Witzel)? Vocês repararam que, na véspera desse novo caso Flávio, a Polícia Federal mostrou operação na Paraíba onde um dos delatores pegou R$ 115 mil de Caixa 2 para campanha, bem como a loteria da Paraíba faz negócio com a Loterj, do RJ", acrescentou Bolsonaro.
O presidente ainda lembrou do depoimento do porteiro do seu condomínio sobre o caso da morte da vereadora Marielle Franco. "A polícia civil dele (Witzel) armou o porteiro do meu condomínio, que os dois suspeitos de matar a Marielle, ligaram na minha casa na quarta-feira. Vocês já foram perguntar ao governador Witzel?"
Sobre as buscas feitas na operação do Ministério Público do Rio que mirou o senador Flávio Bolsonaro, o presidente disse que houve busca e apreensão em casas de pessoas que não tinham nada a ver com o fato. Bolsonaro disse, ainda, sobre a franquia da loja de chocolate do filho: "As franquias são controladas. Ninguém lava dinheiro em franquia."
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O presidente ainda comentou a acusação feita pelo MP do Rio sobre o fato de Flávio ter feito depósitos, parcelados, de R$ 2 mil no caixa eletrônico. "Depósito de R$ 2 mil é o limite para ser colocado via caixa eletrônico."
Questionado se considera o filho inocente, Bolsonaro respondeu: "Não sou juiz."
Investigação
A investigação do MP do Rio mira suposto esquema de "rachadinha" no gabinete de Flávio na Assembleia Legislativa do Rio, quando ele era deputado estadual. Na manhã dessa quarta (18), o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) cumpriu vários mandados de busca e apreensão em endereços de ex-assessores do senador Flávio Bolsonaro no Estado. As ordens judiciais foram expedidas no âmbito da investigação sobre lavagem de dinheiro e peculato no gabinete de Flávio quando ele ainda era deputado estadual do Rio. Entre os alvos das medidas cautelares expedidas pela justiça fluminense estão Fabrício Queiroz, ex-chefe da segurança de Flávio, seus familiares e ainda parentes de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro.