Sobre o ministro da Economia Paulo Guedes já é possível dizer: sempre que ele falar alguma bobagem, está mandando um recado para o próprio governo e para Bolsonaro. Foi isso que aconteceu no episódio da "empregada doméstica na Disney", que já sucedeu a história dos "funcionários públicos parasitas".
Declarações desse tipo saindo da boca dele, está comprovado, são formas que ele encontra de chutar o pau da barraca quando Bolsonaro não faz o que ele quer. Guedes tem sua razão. Reformas são impulsos na economia. A da Previdência ajudou e outras precisavam ter lhe seguido.
Demorando muito
Apesar disso, desde novembro, com uma reforma administrativa pronta, Guedes esperava Bolsonaro decidir se mandava ou não o texto para o Congresso. O presidente da República, apesar da casca liberal com a qual se elegeu, é tão corporativista quanto qualquer de seus antecessores. Talvez seja até mais.
O capitão temia provocar a ira dos funcionários públicos e perder apoio entre eleitores que garantem sua sobrevivência eleitoral e a dos seus filhos. Para não enviar os textos ao Congresso Bolsonaro já chegou a alegar até que estava "preocupado com os protesto do Chile". Guedes explodiu.
Pra não criticar o chefe diretamente, ele arranja uma forma de atrair críticas e criar problemas, chamar a atenção. Quanto mais demora pra votar a reforma administrativa e a tributária, mais difícil fica por conta da eleição que se aproxima e acaba parando Brasília. A verdade é que o ministro é mimado, mas não é uma criança e sabe pelo que está gritando.
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