Enquanto seu principal rival, o ex-prefeito João Paulo, voava para a África do Sul - talvez prevendo a derrota de seu candidato, o deputado federal Maurício Rands - sorridente, o prefeito do Recife, João da Costa comemorava a vitória por pouco mais de 500 votos, debitando todo o mérito na "força da militância". Apesar de ter abatido os adversários, o prefeito sabe que enfrentará uma nova batalha, já que o grupo de Rands promete pedir a anulação do resultado.
"A maioria decidiu. Ninguém pode dizer que quem votou não é filiado ao PT. O resultado é inquestionável e fortaleceu uma base importante do partido", rebateu ele quando questionado sobre o processo de judicialização da prévia, que tomou conta do dia de domingo.
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Na sede do comitê, no bairro de Campo Grande, João da Costa afirmou estar acostumado a vivenciar processos difíceis em sua vida pública. Estava se referindo a disputa eleitoral de 2008, quando foi eleito sub júdice, exatamente como está agora o resultado da primária. "Sou o prefeito do Brasil que mais enfrenta oposição. Muitas vezes chego em casa e fico pensando o que fiz de errado para sofrer tanto. Desde o primeiro momento não foi fácil", disse ele relembrando ainda o transplante de rim que o deixou ausente da prefeitura por mais de três meses. Nesse exato momento o prefeito não conteve a emoção e chorou ao ver chegar o irmão responsável pela doação do órgão.
Com o resultado ainda não oficialmente promulgado pela Executiva Nacional, apenas pela municipal, o plano de procurar imediatamente os aliados teve que ficar em stand by. "Eu sou uma pessoa realista. Se o processo tivesse trabscorrido sem tanta tensão, eu procuraria imediatamente os partidos da frente. Mas vou esperar essa semana passada e o clima interno serenar um pouco", garantiu o gstor.
Dizendo-se um homem "teimoso", João da Costa afirmou que não vai desistir de tentar ter o seu rival de volta no palanque, apewsar da recusa clara de João Paulo em aceitar qualquer diálogo. "É como diz aquele ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura", brincou. Procurando o discurso da unidade, o prefeito evitou tripudiar os adversário ou comentar o desejo da equipe de Rands de anular o pleito. "Como eles não falaram comigo ainda, não vou comentar essa história de anulação. Não quero derrotar ninguém, estou defedendo um projeto", concluiu.