Atualizada às 7h39
Matéria publicada nesta sexta (16) no jornal O Estado de S. Paulo aponta que o acidente que matou o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi provocado por diversas falhas do piloto, Marcos Martins. As investigações estão sendo feitas pela Aeronáutica e só devem ser divulgadas de forma oficial no início de fevereiro. Dentre as possíveis falhas estão a falta de treinamento para a aeronave que Martins estava pilotando (um Cesna Citation) até o uso de um "atalho" para acelerar a descida. A aeronave onde estavam Eduardo, o assessor dele, Carlos Percol, o fotógrafo da campanha, Alexandre Severo, o cinegrafista Marcelo Lyra, o ex-deputado Pedro Valadares e o copiloto Geraldo Magela, caiu em Santos, após sair do Rio de Janeiro.
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O tempo estava ruim no momento da descida, por volta das 9h do dia 13 de agosto de 2013. Segundo a matéria do jornal, o piloto foi obrigado a arremeter bruscamente, operando os aparelhos em desacordo com as recomendações do fabricante do avião e sofrendo o que na aviação é chamado de "desorientação espacial", quando o piloto perde a referência do avião em relação ao solo e não sabe a posição que está voando (de frente ou de lado e pra cima ou para baixo).
A conclusão de desorientação foi detectada nas informações dos últimos instantes do voo. O avião embicou em um ângulo de 70 graus e em potência máxima. O piloto pensou que estava subindo, quando na verdade estava indo em direção ao solo.
Além disso, a falha do piloto ganha força ao se constatar que não houve indícios de falha técnica ou de operação do sistema aeronáutico. As turbinas estavam sem problemas, segundo as investigações do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, órgão da Aeronáutica (Cenipa).
ACIDENTE - Eduardo estava em plena campanha presidencial quando morreu no acidente aéreo. Na noite do dia anterior ao acidente, tinha dado uma entrevista a William Bonner e Patrícia Poeta, no Jornal Nacional, onde usou um jargão que seria usado no restante da campanha: "Não vamos desistir do Brasil".
Após a entrevista, Eduardo dormiu no Rio de Janeiro e, na manhã do dia 13 de agosto, seguiu para Santos, onde teria um encontro com empresários. O avião caiu em cima de várias casas em Santos e até hoje as pessoas ainda aguardam indenização.
Com a morte de Eduardo, a então vice-candidata dele, Marina Silva, assumiu o comando da chapa e teve um início meteórico, mas não teve fôlego para chegar ao segundo turno. Em Pernambuco, o candidato lançado por Eduardo para o governo do Estado, Paulo Câmara, estava mal nas pesquisas, mas conseguiu reagir após a morte do padrinho político e ganhou as eleições com folga.