Impossibilitados de receber reajustes do governo estadual, os principais sindicatos de servidores estaduais já trabalham para obter sinalizações de que os benefícios pleiteados serão conquistados quando o cenário de arrecadação melhorar. “A gente compreende que a questão dos limites legais tem efeito. Mas a gente também entende que dentro de um processo de negociação o governo poderia acenar com alguma coisa para o futuro”, diz Fernando Melo, presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Pernambuco (Sintepe). Ele defende que o Executivo elabore uma proposta de médio e longo prazo para cumprir a promessa de campanha de dobrar o salário dos professores.
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O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis de Pernambuco (Sindserpe), Renilson Oliveira, defende que o governo apresente aos sindicatos um plano para ampliar a arrecadação que assegure um cenário fiscal mais favorável no futuro. “Ele teria que apresentar ações governamentais que a gente pudesse ver o crescimento das receitas e essa discussão (sobre os reajustes) pudesse ir para a frente. Até agora, ele apresentou apenas não dar reajuste”, cobrou. “O governo está vindo com um discurso de que vai manter o pagamento dos servidores em dia. Pagamento em dia não é milagre, é dever do Estado”, disse.
Para Áureo Cisneiros, presidente do Sindicato dos Policiais Civis (Sinpol), a categoria pode negociar para os próximos meses demandas como a equiparação entre policiais e delegados da gratificação de risco de vida. Para isso, é preciso que o Executivo apresente “uma resposta concreta e positiva” na mesa de negociações. “A gente está tendo toda a paciência que o governo está pedindo. Estamos abertos ao diálogo”, explica.
A situação dos policiais militares é mais delicada, já que eles têm data-base neste mês. “Pelo que a gente sente, a categoria não está disposta a esperar. A gente já deu um voto de confiança no Carnaval e o governo toda vez quer se aproveitar. Quando chegar em agosto, eles vão pedir para esperar outro quadrimestre. Aí termina 2015 e a gente não consegue nada”, disse o presidente da Associação de Cabos e Soldados (ACS), Alberrison Carlos.