Na última segunda-feira, data em que Eduardo Campos completaria 50 anos de idade, Renata Campos participou de um evento em homenagem ao marido e falou das “saudades doídas” que sentia. Essa foi uma das raras declarações públicas da viúva este ano. E o sentimento deverá ser intensificado hoje, quando a tragédia envolvendo o ex-governador completa um ano.
Renata Campos disse que a sua força e a de seus filhos se dá pelo apoio que tem recebido de amigos, da classe política e da população. Fora do ambiente familiar, a morte de Eduardo é lamentada sobretudo por quem se acostumou a ter o ex-governador como um amigo.
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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), apesar de politicamente ter ficado distante do socialista no ano passado, ressalta a amizade com o conterrâneo. “É difícil encontrar palavras para falar de um amigo que nos deixou tão cedo. Eduardo e eu éramos muito mais que parceiros políticos. Éramos companheiros. Eu tinha o Eduardo como uma espécie de filho mais velho. Por sermos pernambucanos, nossa afinidade era ainda maior, e até causava ciúme nos companheiros do PT. Conversávamos sobre todos os assuntos e não existia tempo ruim entre nós”, declara.
O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), afirma que a convivência com Eduardo ultrapassava o ambiente político. “Quem acabava o expediente primeiro ligava para o outro”, diz. O socialista classifica a ausência do ex-chefe, de quem foi secretário estadual, como algo difícil de vivenciar. “É um sentimento muito duro. Eu tinha uma amizade muito grande com Eduardo e foi uma perda saber que a partir daquele momento eu não ia mais ter a oportunidade de vê-lo”, fala.
O governador Paulo Câmara (PSB), que ficou com a missão de dar continuidade à gestão Eduardo Campos por escolha do próprio padrinho político, relembra o ex-governador fora do ambiente de trabalho. “Eduardo era muito carismático, bem-humorado, com muitas histórias para contar. Tive o privilégio de ter convivido por cerca de 20 anos com uma pessoa especial. Ele foi um ser humano que tinha um coração muito grande. Vou levar esse privilégio por toda a vida”, conta.
Presidente estadual do PSB, Sileno Guedes conheceu Eduardo por meio de Renata Campos, sua então colega de universidade. Ele lamenta a morte trágica do amigo e correligionário, mas destaca que o companheiro de partido teve a chance de realizar um sonho pessoal. “A gente viu que ali (no governo estadual) ele exerceu em plenitude aquilo que sempre desejou fazer. A determinação, a solidariedade, o sentimento de povo, o compromisso com as pessoas, o zelo de entregar bem feito”, afirma.