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A possível sucessão do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), acusado de receber recursos ilícitos através de contas não declaradas na Suíça, deu o tom das conversas entre os parlamentares durante o tradicional cozido do deputado federal Jarbas Vasconcelos (PMDB), neste sábado. O encontro reuniu de tucanos a comunistas em sua casa na praia do Janga, em Paulista, no Grande Recife, como a presidente nacional do PCdoB, Luciana Santos, e o líder do DEM, Mendonça Filho.
Além do próprio Jarbas, crítico ferrenho de Cunha, pelo menos outro nome cotado para disputar a presidência da Câmara marcou presença no almoço, o deputado Heráclito Fortes (PSB-PI).
Um dos convidados mais animados, o vice-líder do governo, Silvio Costa (PSC), chegou a prever que a eleição interna para o comando da Câmara se dará apenas em abril, por causa do recesso parlamentar, e adiantou que o governo deve apoiar um nome do PMDB que pense no País, não colocando em tramitação as chamadas pautas-bomba. A ala rebelde do PMDB tem dificultado a articulação política da presidente Dilma Rousseff (PT) na Casa.
Só entre os peemedebistas, o deputado do PSC citou nove nomes cotados para o comando da Casa. Além de Jarbas, a lista inclui o atual líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), Sérgio Souza (PR), Osmar Serraglio (PR), Osmar Terra (RS), José Priante (PA), Lelo Coimbra (ES), Leonardo Quintão (MG) e Edinho Araújo (SP), que é ligado ao vice-presidente, Michel Temer.
Em tom mais discreto, um deputado da oposição chegou a aproveitar a fila do almoço para sondar um colega sobre um eventual afastamento de Eduardo Cunha da presidência da Câmara.
Tradicional anfitrião da política pernambucana, Jarbas não deu muita atenção às conversas sobre o comando da Câmara, nem às brincadeiras sobre uma possível candidatura à Prefeitura do Recife em 2016. Alguns colegas chegaram a descrevê-lo como enigmático sobre a próxima eleição. Da bancada, a ausência mais notável foi a do senador Humberto Costa (PT), adversário declarado do peemedebista.
