Uma homenagem para personalidades pernambucanas ao Centro Comunitário da Paz (Compaz) no bairro de Alto Santa Terezinha, na Zona Norte do Recife, gerou grande polêmica na Câmara dos Vereadores do Recife nesta quarta-feira (25). O motivo foi a alegação da vereadora Isabella de Roldão (PDT), que afirmou ter um projeto de lei desde 2014 para colocar o nome da escritora Edwiges de Sá Pereira ao local. Entretanto, o Executivo apresentou um PL semelhante, só que com o nome do ex-governador Eduardo Campos, morto no ano passado em um acidente aéreo.
Leia Também
Segundo o regimento interno da Casa de José Mariano, caso haja dois projetos parecidos, o mais antigo é tido como prioridade. Logo antes da sessão dar início, Isabella foi perguntar ao presidente da Câmara, Vicente André Gomes (PSB), o motivo do PL da PCR estar em pauta. Vicente afirmou que o projeto do Executivo ia ser retirado de pauta e o dela seria em extra-pauta, gerando grande polêmica entre os dois e Marília Arraes (PSB), mesmo após o fim da sessão.
Isabella de Roldão afirmou que o fato de o projeto ter entrado duas vezes em pauta no plenário somente este ano mostra uma falha da presidência. "Vicente não coloca o meu, que tem prioridade por ser mais antigo. Enquanto o meu não tem parecer de nenhuma comissão, o do Executivo já consta todos os pareceres", disse. Segundo ela, a principal queixa foi o fato de que o seu projeto não entra em pauta normalmente. "Quando eu o perguntei sobre o motivo da não inclusão do meu projeto, ele se chateou e disse 'quem manda na pauta sou eu e não preciso pedir permissão para fazer isso. Com isso, ele desrespeita ao regimento e a mim, que sou tão vereadora quanto ele'", critica. "Mais uma vez, a Casa de José Mariano fica refém do Executivo", lamenta.
Marília Arraes segue a mesma linha de pensamento de Isabella e também ataca Vicente André Gomes. "Acontece que o presidente não cumpre com a palavra. Isso também aconteceu comigo. Ele não vem agindo como presidente da Casa, mas como líder ou vice-líder do governo", afirmou. "Isabella ouviu uma conversa de Gilberto Alves (PTN, líder do governo na Casa) e Vicente, onde o líder do governo disse que tinha que consultar a PCR antes sobre o tema", afirmou Marília.
Em resposta, Gilberto Alves disse que tudo se trata, segundo ele, de "uma tempestade em copo d'água". "Isabella me perguntou se eu poderia votar a favor do PL caso fosse entrar em extra-pauta. Eu disse que não teria como responder em um curto espaço de tempo. Disse que veria ainda a bancada governista sobre o assunto. Não houve nada do que ela falou", reitera.
Já Vicente André Gomes afirmou que tudo ocorreu dentro do regimento interno. "A vereadora (Isabella) precisa conhecer o regimento. Se ela tivesse pedido no microfone para que estivesse colocado em pauta, eu o teria feito, pois é regimental. Eu coloquei o do Executivo porque o líder do governo (Gilberto Alves) ficou acompanhando. Os pareceres vieram em tempo e eu não poderia adivinhar, pois cabe aos vereadores ficarem à frente da situação dos seus projetos", disse o presidente da Câmara. "Até pedi desculpas à ela, porque ela entendeu mal as minhas colocações", finalizou Gomes.