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Diretório estadual da Rede critica vereador por requerimento contra livros da rede municipal que tratam de ideologia de gênero

Luiz Eustáquio fez um requerimento pedindo a retirada dos livros; partido afirma que não compartilha da visão do vereador

Edson Mota
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Edson Mota
Publicado em 02/03/2016 às 17:48
Foto: Aguinaldo Leonel/CMR
Luiz Eustáquio fez um requerimento pedindo a retirada dos livros; partido afirma que não compartilha da visão do vereador - FOTO: Foto: Aguinaldo Leonel/CMR
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Mal chegado à Rede Sustentabilidade, o vereador do Recife Luiz Eustáquio já causou mal-estar dentro do partido por conta de um requerimento do ex-petista, que pede a retirada dos livros didáticos que tragam ideologia de gênero no conteúdo. Com opinião contundente, o diretório estadual do partido fez questão de declarar, por meio de nota, que "o posicionamento adotado pelo vereador Luiz Eustáquio, não representa a opinião da Rede Sustentabilidade".

O texto do partido diz ainda que é contrário ao requerimento e que o Estatuto da Família - que define família como uma união entre homem e mulher - tem uma "posição conversadora". "Para a Rede, essa definição não é apenas um retrocesso, mas também um claro desafio à Constituição Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF)", continua.

A nota oficial segue dizendo que o requerimento feito pelo vereador representa, além de um retrocesso, "um absurdo desperdício do dinheiro público investido na aquisição desse material, sobretudo neste momento de grave crise econômica".

Finalmente, o diretório estadual da Rede afirmou que os grupos sociais conservadores tentam "eliminar o debate público sobre gênero, superação do preconceito e da discriminação, bem como sobre o direito humano à educação", finaliza o texto.

Procurado pelo JC, Luiz Eustáquio não atendeu às ligações.


ENTENDA O CASO

Na semana passada, o vereador Luiz Eustáquio, juntamente com o deputado estadual Joel da Harpa (PTN), combinaram uma crítica sobre livros didáticos que tratam de ideologia de gênero e que estariam sendo distribuídos para alunos do Ensino Fundamental do município. Segundo os legisladores, a obra descumpre os planos estadual e municipal de educação, já que menções ao tema foram retiradas dos dois documentos por pressão das bancadas evangélicas.

O caso rendeu tanta repercussão que o vereador Carlos Gueiros (PSB) também apresentou um projeto de lei que proíbe todas as escolas municipais que utilizem os livros. "Se os livros que discutam gêneros entrarem, tudo o que debatemos aqui não servirá de nada", frisou o socialista.

Esta semana, Luiz Eustáquio chegou a ir até o prefeito Geraldo Julio (PSB), junto com outros 30 pastores de diferentes denominações evangélicas, para que o projeto fosse tirado de pauta. De acordo com Eustáquio, Geraldo prometeu que iria analisar o caso.

No entanto, o requerimento foi aprovado nessa terça (1º) por 16 votos a sete no plenário da Câmara. Os vereadores que votaram contra a retirada dos livros foram Henrique Leite, Osmar Ricardo, Jairo Britto Marília Arraes (todos do PT), Isabella de Roldão (PDT) e André Régis (PSDB).

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