Com dezenas de empresas sendo acusadas de participação no esquema deflagrado pela Operação Turbulência, da Polícia Federal, o JC visitou três endereços que algumas empresas envolvidas estariam localizadas no Recife. Nos locais, constatou-se que muitas firmas não tinham sequer uma sede fixa. Em outras, ao invés de uma empresa, existe uma casa.
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Uma das empresas envolvidas foi a Câmara & Vasconcelos Locação e Terraplenagem, que fica na Avenida Maria Irene, no bairro do Jordão, Zona Sul do Recife. Moradores do entorno da firma afirmaram que ela está no local há, no mínimo, dez anos. Disseram ainda que o movimento ontem, um dia após a deflagração da Operação, na empresa foi considerado normal.
No local, muitos tratores e muitas retroescavadeiras preenchiam o vasto terreno da empresa. Um funcionário afirmou que os responsáveis não estavam na firma. A expectativa, segundo ele, é de que só retornariam na próxima segunda-feira (27).
No lugar da empresa Geovane Pescados, na Rua Doutor Valdir Pessoa, na Imbiribeira, na Zona Sul da cidade, foi encontrada uma casa em reforma. Desta vez, os vizinhos afirmaram que o pescador - identificado apenas como Geovane - cresceu na comunidade e que não reside ali desde 2014, pouco tempo depois do acidente que vitimou o ex-governador Eduardo Campos. Os moradores da localidade afirmaram ainda que ele aparece esporadicamente no local. No momento em que a reportagem chegou, a moradia estava vazia.
Já na CRM Material de Construção & Construtora, foi constatada a mesma situação da Geovane Pescados. O local alugado pela empresa estava fechado. Desta vez, porém, os residentes da via nem ao menos se recordam da instituição que se estabeleceu ali.
O motivo é que, segundo o dono do imóvel, a empresa não completou nem um mês no espaço, um anexo de uma casa na Rua Poeta Manuel Bandeira, também na Imbiribeira. Mesmo tendo pago três meses de aluguel de forma adiantada, os representantes também preferiram deixar o espaço após o acidente aéreo de Eduardo Campos. Os mandatários da empresa também não foram localizados.
Ainda de acordo com o proprietário, a Receita Federal visitou o espaço há cerca de três meses para saber informações sobre a CRM e analisar os contratos da empresa. Depois que a firma saiu do imóvel, um restaurante japonês funcionou no local por três anos.