Corpo de empresário foragido da Operação Turbulência deve passar por nova necropsia

O corpo do empresário Paulo César Barros Morato, que era considerado foragido pela Polícia Federal e foi encontrado morto em um motel de Olinda na última quarta-feira (22), deve passar por uma nova necropsia. De acordo com um funcionário do Instituto de Medicina Legal (IML) que não quis se identificar, o corpo foi submetido ao procedimento logo após a descoberta do corpo, mas, provavelmente, ele será feito mais uma vez para que os resultados obtidos no primeiro laudo sejam confirmados. Por conta disso, os restos mortais do empresário só devem ser liberados na próxima semana.

Os resultados das primeiras análises do corpo e da cena do crime fizeram com que a polícia praticamente excluísse a possibilidade do empresário ter sido assassinado. Os questionamentos em torno da morte, entretanto, ainda são muitos. A Polícia Civil, responsável pela investigação do caso, ainda não conseguiu determinar de Morato cometeu suicídio ou se morreu de causas naturais.

Paulo César Morato seria um dos principais personagens da Operação Turbulência, deflagrada terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF), que investiga, entre outros fatos, um grupo criminoso responsável por fazer caixa dois para irrigar as campanhas políticas do ex-governador Eduardo Campos (PSB). Com um mandado de prisão expedido em seu nome e sem ser localizado pela PF, o empresário foi considerado foragido. Cerca de 24 horas depois, foi encontrado morto no Motel Tititi, situado às margens da Avenida Perimetral Norte, no bairro de Sapucaia, Olinda.

O empresário, segundo a PF, seria o dono da empresa Câmara & Vasconcelos e um dos financiadores do jatinho usado por Eduardo durante sua campanha presidencial, em 2014. Morato teria emprestado dinheiro a João Carlos Lyra, preso pela PF, para que a aeronave fosse comprada.

DENÚNCIA

Depois de divulgar nas redes sociais que papiloscopistas teriam sido impedidos de fazer perícia no quarto do motel onde foi encontrado o corpo de Paulo César de Barros Morato, o sindicato dos Policiais Civis de Pernambuco (Sinpol) vai acionar o Ministério Público de Pernambuco nesta segunda-feira (27) para solicitar a apuração da denúncia. Além de provocar o MPPE, o Sinpol enviará ofício à Secretaria de Defesa Social (SDS), pedindo explicações.

“Os peritos foram ao motel quinta-feira (23) pela manhã colher impressões digitais, procedimento de rotina em todo crime para definir quantas pessoas estavam no local, mas disseram que havia ordem da SDS para eles recuarem, sem nenhuma justificativa”, afirma o presidente do sindicato, Áureo Cisneiros. De acordo com ele, a polícia tinha realizado apenas a perícia criminal no quarto, que é diferente da papiloscopia.

RESPOSTA

A SDS soltou nota oficial sobre o assunto levantado pelo Sinpol. Garantiu que "todas as percícias necessárias e solicitadas foram coletadas pela equipe de peritos que esteve no local do crime", na noite do dia 22 de junho.

A secretaria diz ainda que um grupo de papiloscopistas se dirgiu sem autorização ao local do crime na manhã do dia seguinte "a pretexto de realizar uma perícia complementar no local, razão pela qual recebeu ordem para retorno".

A nota informa ainda que todo o material encontrado no quarto foi entregue para que Polícia Federal possa usá-lo na Operação Turbulência.