Administração

Comissionados ainda são calo na gestão Geraldo Julio

Pré-candidatos à prefeitura criticam postura do socialista em relação à contratação de servidores não concursados

Paulo Veras e Renata Monteiro
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Paulo Veras e Renata Monteiro
Publicado em 19/07/2016 às 6:47
Foto: Arquivo/ JC Imagem
Pré-candidatos à prefeitura criticam postura do socialista em relação à contratação de servidores não concursados - FOTO: Foto: Arquivo/ JC Imagem
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O número de servidores que exercem cargos de comissão na Prefeitura do Recife tem sido um calo na administração do prefeito Geraldo Julio (PSB) e, às vésperas das eleições, as críticas em relação ao tema só aumentam. Seja pela necessidade de engordar os cofres da PCR ou garantir maior eficiência ao trabalho da máquina pública, é consenso entre os demais pré-candidatos à prefeitura que o enxugamento da folha de pagamentos do município é primordial.

Na última segunda-feira (18), durante seminário realizado na cidade, a democrata Priscila Krause e o presidente estadual do Partido Verde (PV), Carlos Augusto, reprovaram o modo como o assunto vem sendo tratado pela gestão municipal. “De 2012 para cá a cidade teve um crescimento de 30% na sua receita. Quando analisamos as despesas correntes, entretanto, percebemos um aumento de 36% no mesmo período. Fazendo um recorte dentro das despesas, se observarmos os custos com a folha de pessoal, constataremos que ela cresceu mais de 50%. Isso é muito dinheiro”, cravou Carlos Augusto.

O pré-candidato ainda afirmou que, hoje, o Recife tem 5.576 cargos comissionados. No Portal da Transparência do município, até junho deste ano, a Prefeitura do Recife contabilizava 231 cargos comissionados e 5.321 nomes incluídos na categoria “extra quadro”. A Secretaria de Administração da cidade foi procurada para informar os números atualizados, mas, até o fechamento desta edição, não divulgou a informação.

“É impossível você governar com uma máquina desse tamanho, que foi criada para atender a uma lógica política, não de gestão da cidade. Esse é o primeiro corte que vai ter que ser feito”, pontuou Priscila Krause.

Por telefone, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) ressaltou que cortar comissionados é necessário não só pela economia que isso  geraria, mas também pelo ganho de eficiência que seria atrelado ao trabalho municipal.

“Precisamos de mais professores na sala de aula, mais enfermeiros, dentistas e médicos no postos e menos indicados políticos nos gabinetes sem prestar serviço algum à população. Uma gestão toda fatiada politicamente não produz para população, ela fica voltada para o interesse dos políticos e dos partidos”, afirmou o parlamentar.

Ao ser confirmado como pré-candidato a vice na chapa encabeçada pelo ex-prefeito João Paulo (PT), o deputado estadual Silvio Costa Filho (PRB) entregou uma lista com 10 pontos a serem incluídos no programa de governo do petista. Entre os itens, estão a “redução de secretarias e cargos comissionados”. Procurado para aprofundar a agenda programática, o deputado não atendeu às chamadas.

O secretário de Imprensa da PCR, Alexandre Gabriel, informou que não comentaria o tema e que só tratará de assuntos de campanha após o início da mesma, em 16 de agosto.

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