Líder da bancada de oposição na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), o deputado Silvio Costa Filho (PRB) acusa o governo Paulo Câmara (PSB) de dever R$ 959,3 milhões a fornecedores em um balanço feito com dados do Portal da Transparência até o dia 31 de outubro. Pela previsão da oposição, o governo terminará o ano deixando restos a pagar em valores superiores aos do ano passado; que foram de R$ 1 bilhão.
Em discurso no plenário da Alepe, Silvio disse R$ 120 milhões são devidos às Organizações Sociais, as famosas OSs, que administram grandes equipamentos de saúde do Estado. Os valores representam cifras que são dadas como liquidadas pelo governo; ou seja, cujos serviços já foram oferecidos ao Poder Público.
Segundo a oposição, R$ 170,8 milhões dos restos a pagar do ano passado ainda não foram quitados. A oposição pede que os secretários estaduais da Fazenda, Marcelo Barros, e do Planejamento, Márcio Stefanni, vão à Alepe explicar as contas. Se possível, na próxima semana, às vésperas do recesso parlamentar.
Em aparte, a deputada Priscila Krause (DEM) criticou o uso de receitas extraordinárias pelo governo para fechar as contas nos últimos dois anos. Em 2015, foram os R$ 740 milhões da venda da folha de pagamento dos servidores. Agora, foi o Refis e os recursos da repatriação. "Não dá para dar um tostão a mais para esse modelo falido que está aí", disparou a democrata.
Doze deputados governistas estavam no plenário durante o pronunciamento, mas não saíram em defesa do governo. Vice-líder da bancada, Tony Gel (PMDB) minimizou a crítica, ao ser questionado pela imprensa, após a sessão.
"Eu não me preocupo com os números do deputado Silvio Costa Filho porque normalmente ele se confunde com os números. Ele faz as colocações dele, mas normalmente ele se confunde com os números. Não é o forte dele essa história da aritmética. Esses números que ele chuta, eu perdoo porque ele se confunde muito", afirmou o peemedebista.