O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), deve cortar 10 das 24 secretarias neste segundo mandato. O projeto da reforma administrativa municipal será enviado para a Câmara Municipal na próxima semana e até o dia 28 o prefeito anuncia o novo secretariado. Durante a campanha à reeleição, o socialista havia usado a crise como justificativa para não ter concluído obras e cumprido promessas do primeiro mandato. Um mês depois de vencer a disputa, já anunciou que iniciaria o próximo ano com a máquina mais enxuta, sem adiantar, porém, quantas secretarias seriam extintas na reforma administrativa.
Há uma semana, o JC havia antecipado que o corte na máquina podia atingir entre cinco e 10 pastas. Em função do arrocho fiscal, o socialista optou pelo ajuste mais severo.
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Para vigorar no início do ano, já no início do segundo mandato, o projeto da redução no número de secretarias precisa ser enviado para a Câmara Municipal em caráter extraordinário.
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Geraldo Julio ainda tem como preocupação a articulação da base para não provocar rachas na Frente Popular, coligação que o elegeu. O prefeito foi eleito em uma aliança de 20 partidos, conjunto maior do que o de 2012.
BASTIDORES
A bolsa de apostas já está aberta. Especula-se que o PCdoB possa ficar com a secretaria de Cultura e com a Fundação de Cultura. A ex-secretária de Meio Ambiente Cida Pedrosa tem o nome cotado para a vaga. Mas a vereadora Aline Mariano (PMDB), ex-secretária de Enfrentamento ao crack, também está no páreo e tem o nome ventilado.
O secretário de Governo, Sileno Guedes, é cotado para de Educação. A leitura é que a pasta pode dar projeção para um voo futuro dele em 2018, rumo à Câmara dos Deputados. A especulação é que Nilton Mota, atual secretário de Agricultura do Estado, possa assumir a articulação política da gestão de Geraldo. Há uma interpretação, nos bastidores, que a área ficou descoberta durante o primeiro mandato.
Ex-secretário de Imprensa dos governadores Miguel Arraes e Eduardo Campos, o jornalista Evaldo Costa deve assumir a pasta homônima no segundo governo do socialista. Fontes dizem que ele estava à vontade no Arquivo Público do Estado, mas pontuam ele é "um soldado do partido".
Interlocutores de Geraldo dizem que a mudança será grande e que somente seis dos atuais secretários devem permanecer na gestão. Além da reforma administrativa, diante da crise, o prefeito anunciou medidas como a revisão de contratos para tentar, segundo cálculos da prefeitura, economizar R$ 90 milhões em 2017.