Fernando Bezerra Coelho defende candidatura própria do PSB em 2018

Senador Fernando Bezerra Coelho, pai de Fernando Filho (Minas e Energia), diz que é importante que socialistas lancem candidato, mas reconheceu que falta ao PSB uma liderança nacional para pleitear a vaga
Franco Benites
Publicado em 27/12/2016 às 13:00
Senador Fernando Bezerra Coelho, pai de Fernando Filho (Minas e Energia), diz que é importante que socialistas lancem candidato, mas reconheceu que falta ao PSB uma liderança nacional para pleitear a vaga Foto: Foto: Ashlley Melo/JC Imagem


Pai do ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB), o senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) defendeu nesta terça-feira (27) que o PSB tenha candidato próprio à presidência da República em 2018. Apesar da declaração, ele reconheceu que os socialistas ainda carecem de um nome que reúna o partido em torno do projeto presidencial e comentou a possibilidade do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), engrossar as fileiras da legenda.

"Evidente que o PSB gostou de ter disputa uma eleição presidencial. Fez bem ao partido. Evidente que tem um debate dentro do partido para que o PSB possa apresentar de novo uma candidatura própria à presidência da República. Não tenho dúvida nenhuma. Vamos ter candiato. O que estamos discutindo é se é Alckimin migrando para o PSB ou não", afirmou, em entrevista à Rádio Jornal.

Em 2014, o PSB lançou o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos como candidato a presidente da República. Após a morte do pernambucano em acidente aéreo em Santos em agosto daquele ano, Marina Silva, hoje na Rede, assumiu a cabeça de chapa com o ex-deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS) na condição de vice. 

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"Nos ressentimos disso, a ausdência de Eduardo faz muita falta. Não temos um qadro nacional, mas o partido entende que para estar no jogo tem que estar jogando o jogo e para jogar o jogo tem que estar disputando. Fez bem ao PSB. O PSB hoje é um partido que tem peso político", declarou. 

Fernando Bezerra Coelho afirmou que há uma divergência interna em torno da candidatura própria do PSB à presidência da República.

"De fato, o PSB tem uma posição de muita aproximação com Alckmin. Isso vem de Eduardo Campos, que fez uma aliança com Alckmin e colocou na vice o nosso companheiro Márcio França (PSB-SP). É uma relação construída ainda à época da liderança de Eduardo Campos no PSB. Temos muito respeito por esse projeto político que poderá ser viabilizado em São Paulo, de, em uma eventual candidatura de Alckmin à presidente da República, seja pelo PSB, seja pelo PSDB, um quadro histórico do PSB vir disputar o governo da principal unidade da federação brasileira que é o estado de São Paulo".

De acordo com o senador, não é hora de "antecipar o debate". Para Fernando Bezerra Coelho, há um cenário de indefinição que pode mudar a disposição das legendas em apresentar seus postulantes.

"Não podemos precipitar essa agenda porque Alckmin é um quadro do PSDB e não existe nenhuma manifestação dele em relação ao desejo de sair. Vi uma entrevista do senador Aécio Neves (PSDB-MG) reconhecendo inclusive que Alckmim poderá ser candidato pelo PSDB. O quadro está sujeito a tantos fatos novos que o que pode parecer uma coisa hoje amanhã pode não se confirmar", apontou. 

Embora defenda a candidatura própria do PSB à presidência da República, Fernando Bezerra Coelho ressalta que não seria ruim para o partido abrir mão do projeto presidencial desde que tivesse o apoio do PSDB para que Márcio França seja o candidato ao governo de São Paulo em 2018.

"Em vez de apresentar uma candidatura própria, pode-se formar uma aliança. Isso signfica ampliar a musculatura do partido, a bancada federal do PSB. Hoje o partido tem 32 deputados federais e pode ter mais 40 deputados. Esse é um projeto que diz respeito aos interesses estratégicos e futuros do PSB", avaliou.

LAVA JATO

Envolvido nas investigações da Lava Jato, Fernando Bezerra Coelho declarou que não tem o desenrolar da operação e nem a divulgação do conteúdo de novas delações premiadas.

"Em relação à Lava Jato todos sabem aqui em Pernambuco que a gente está respondendo a uma denúncia do Ministério Público Federal fruto de uma investigação. Estamos confiantes que agora nesta fase que a gente vai apresentar a nossa defesa perante o 

Supremo Tribunal Federal há de ficar tudo esclarecido. Quando essa denúncia venha ser analisada pelo Supremo Tribunal Federal será dada dívida quitação das nossas responsabilidades em relação a essa matéria. Não é uma matéria agradável. Todos nós sabemos que isso envolve a utilização de recursos em campanhas políticas, se foram feitas de forma legal ou se foram feitas através do chamado caixa 2, e eu espero que ao longo da análise que será feita, possivelmente em fevereiro e março, esses fatos possam ser devidade esclarecidos", afirmou.

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