No momento em que PSB e PT ensaiam uma aproximação de olho nas eleições de 2018, o líder do governo Paulo Câmara na Alepe, Isaltino Nascimento (PSB), classificou como um “golpe” o impeachment sofrido pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no ano passado, adotando o discurso petista. A fala ocorreu em meio a uma dobradinha com o colega Lucas Ramos (PSB), ambos criticando o presidente Michel Temer (PMDB) e a privatização da Chesf que vem sendo tocada pelo ministro de Minas e Energia, Fernando Filho (PSB).
“Nesse período de 1985 até o golpe contra a presidente Dilma no ano passado, nós agora estamos começando a perceber exatamente a diferença das pessoas, dos projetos”, afirmou Isaltino. “Esperamos que a população possa resistir. Tem um governo que a cada cem brasileiros apenas dois acham ótimo e bom, que é o presidente Temer, que hoje está recebendo parlamentares para tentar se segurar no cargo e não ser cassado”, criticou.
Lucas, que disputa espaço com a família Coelho em Petrolina, criticou o fato de o ministro ter afirmado em uma entrevista que não entendeu a carta dos governadores do Nordeste contra a venda de estatal e, mesmo assim, não chamou nenhum deles para conversar. “Não repetiremos a atitude do governo federal que tem a prática de governar de dentro do gabinete, de costas para os brasileiros”, disparou. Na próxima semana, a frente parlamentar em defesa da Chesf entrará com uma representação no MPF e com uma ação civil pública pedindo a suspensão do processo de privatização.
Enquanto os socialistas centravam fogo no governo federal, o aliado André Ferreira (PSC) se queixou da violência no Estado e pediu que o governador mantenha no policiamento de rua os policiais militares que estão concluindo o estágio no curso de formação. “Os números são cada vez mais alarmantes e preocupantes. No primeiro semestre desse ano o aumento do homicídio chegou a quase 40%”, afirmou. Irmão do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Anderson Ferreira (PR), André trabalha para se viabilizar como candidato ao Senado.