As recorrentes notícias dos desmandos cometidos por agentes públicos no País estão deixando o eleitorado farto do tema, indica levantamento realizado pelo Instituto de Pesquisas Uninassau em parceria com o JC e o portal Leia Já. De acordo com a pesquisa O Eleitor e suas Visões de Mundo, que, segundo o cientista político Adriano Oliveira, usa princípios da psicologia e da economia comportamental para tentar decifrar o que o eleitorado espera para o Brasil e que decisões deseja tomar nas próximas eleições, 63% dos entrevistados afirmou que já está cansado da divulgação diária de denúncias de corrupção na imprensa. Apenas 17% do total de pesquisados disse estar interessado no assunto.
“Com esse resultado percebemos que a população está cheia de ouvir falar sobre corrupção. O povo quer ouvir notícias de crescimento econômico, emprego, segurança pública. O País agora quer mais”, analisou Oliveira. O estudo ouviu 624 pessoas com 16 anos ou mais entre os dias 4 e 5 de outubro de 2017. O número de entrevistas tem nível de confiabilidade estimado em 95% e uma margem de erro de 4,0 pontos percentuais.
Questionados acerca da colaboração que a imprensa dá ao divulgar o envolvimento de políticos com atos de corrupção, 47% das pessoas consultadas disseram acreditar que o setor não contribui para nada e 40% afirmaram que ele ajuda a livrar a política dos corruptos. Do total de entrevistados, 5% respondeu que a imprensa contribui para condenar injustamente os políticos.
Falando sobre as eleições presidenciais do próximo ano, 58% dos entrevistados responderam que, caso reconhecessem, neste instante, que as suas vidas estão melhorando, votariam em um candidato que trouxesse a certeza de que tudo continuaria a melhorar. Aquele que ressaltasse o bom passado do País receberia os votos de 20% dos que participaram do estudo.
Para Oliveira, os números mostram que, mais do que a alternância do poder, os eleitores anseiam por representantes que consigam mudar efetivamente o quadro econômico nacional. “Uma parcela dos eleitores quer que ocorra uma mudança no Brasil, que pode ser radical ou não, com alteração de atores políticos ou não, mas que acima de tudo nos leve a um novo momento”, acrescentou o estudioso.
Com 71% dos participantes do levantamento afirmando que creem que há crise econômica no País, 88% disse admirar presidentes e governadores que contribuíram para que essa crise fosse superada.