Torrentes

PF cumpre mandados de prisão em 2ª fase da Operação Torrentes

Nova fase da Operação Torrentes investiga esquema entre empresários pernambucanos e o Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão em ações contra a seca

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Publicado em 08/02/2018 às 7:19
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Nova fase da Operação Torrentes investiga esquema entre empresários pernambucanos e o Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão em ações contra a seca - FOTO: Foto: Divulgação
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Atualizada às 13h08

A Polícia Federal (PF) voltou às ruas do Grande Recife na manhã desta quinta-feira (8) em mais uma fase da Operação Torrentes, que, no ano passado, identificou desvios de dinheiro público em obras de reconstrução de cidades da Mata Sul, devastadas por fortes chuvas em 2010 e em 2017. Desta vez, a PF acredita que as empresas investigadas em Pernambuco também atuaram em um esquema semelhante de corrupção no Estado do Maranhão.

De acordo com a PF, empresários pernambucanos presos da 1ª fase da operação, deflagrada em novembro do ano passado, são suspeitos de integrar um esquema de corrupção junto com o Corpo de Bombeiros do Maranhão em operações contra uma forte seca que atingiu o Estado entre 2013 e 2014. Os contratos tinham como objeto a compra de cestas básicas e 160 mil filtros de água de polipropileno. 

Os alvos de prisão preventiva em Pernambuco são Ricardo Padilha e Ítalo Jaques, que ainda permanecem presos no Cotel, e Rafaela Carrazone e Daniel Pereira, que respondiam em liberdade devido ao pagamento de fiança. Este último foi apontado pela Polícia Federal como lobista, responsável por levar o esquema de fraude em licitação de Pernambuco para o Maranhão. 

A PF acredita que o prejuízo causado aos cofres do Maranhão seja de pelo menos R$ 8 milhões em contratos que totalizam R$ 10 milhões. Eles teriam praticado de sobrepreço de 30% acima do valor de mercado e inexecução dos contratos.

Os indícios de fraude foram encontrados no desdobramento da Operação Torrentes I, que investiga suposto desvio de verba pública e fraude em licitação envolvendo agentes da Secretaria da Casa Militar do governo de Pernambuco. 

Veja a lista dos mandados cumpridos na Operação Torrentes II

Militares - prisão temporária e mandados de busca e apreensão:

1. João Vanderley Costa Pereira – CEL/PM – Ex-Comandante do Corpo de Bombeiros/MA 
2. Augusto César dos Santos Cutrim – 1º TEN/PM – Corpo de Bombeiros/MA 

Civis - prisão preventiva:

1. Ítalo Henrique Silva Jaques 
2. Ricardo José de Padilha Carício 
3. Daniel Pereira da Costa Lucas (Lobista, Advogado, Pastor Evangélico) 
4. Rafaela Carrazone da Cruz Gouveia Padilha 
5. Manoel Henrique dos Santos Lima (Advogado e assessor jurídico da Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil do estado do Maranhão - CEPDECMA)

Civis - Busca e apreensão:

1. Carlos Roberto de Souza Lima (Empresário também conhecido como “Coronel Betão”, ex-Secretário do Gabinete Militar do Governador do estado do Maranhão);
2. Carlos Robério dos Santos (Empresário Coronel da Reserva do Corpo de Bombeiros do Estado do Maranhão e ex-Coordenador Estadual de Proteção e Defesa Civil do Estado do Maranhão entre 2009 e 2013);

Empresas - Busca e apreensão:

1. Sede do Corpo de Bombeiros Militar/MA;
2. Sede da CEPDECMA – Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil;

Relembre a 1ª fase da Torrentes

Em novembro de 2017, a PF deflagrou, em parceira com a Controladoria-Geral da União, a primeira fase da operação Torrentes contra crimes de desvio de recursos públicos, fraudes em licitação e corrupção de funcionários públicos durante as operações "Reconstrução" e "Prontidão", que atenderam cidades arrasadas por chuvas na Mata Sul. Na época, calculou-se que, somente em 2010, até R$ 450 milhões podem ter sido desviados. Os investigadores informaram à época que os desvios foram praticados até na compra de colchões, lençois e filtros de água que deveriam ser destinados às vítimas das enchentes.

A primeira fase da operação cumpriu 15 mandados de prisão temporária contra empresários, funcionários públicos e até militares. Também foram cumpridos 36 mandados de busca e apreensão, além de 20 mandados de condução coercitiva.

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