Marília Arraes e Humberto Costa lançam críticas após Moro aceitar cargo

Os dois políticos também relembraram o período de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT)
Da editoria de Política
Publicado em 02/11/2018 às 16:13
Os dois políticos também relembraram o período de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) Foto: Foto: Leo Motta/JC Imagem


Ambos coligados ao Partido dos Trabalhadores (PT), Marília Arraes e Humberto Costa lançaram críticas ao novo cargo do juiz Sérgio Moro no governo do presidente eleito, Jair Bolsonaro (PSL). Os dois políticos também relembraram o período de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). 

Segundo a vereadora e deputada federal eleita Marília Arraes, ficou mais "escancarado o golpe no Brasil". "Cada dia mais se escancara o golpe que estamos vivendo no Brasil. Tem um juiz que mandou prender sem provas o candidato que ia ganhar a eleição, de acordo com todas as pesquisas de opinião, que agora vai ser ministro do candidato que ganhou a eleição só por que o outro que está preso não disputou", disparou a neta de Miguel Arraes, ex-governador de Pernambuco. 

"Então está cada vez mais claro para o povo brasileiro e acho que tende a se consolidar quando esse golpe chegar cada dia mais na casa das pessoas, no bolso das pessoas, e já está chegando com a reforma trabalhista, o preço do gás de cozinha, dos combustíveis e a tendência é que o governo seja cada vez mais anti-povo, a gente vai ter um trabalho muito grande em Brasília", completou. 

Já para o senador reeleito Humberto Costa, o novo cargo do magistrado representa um "descrédito na Justiça brasileira. "Na minha opinião, isso representa um grave descrédito para a Justiça, pois Sérgio Moro era chefe de uma operação, a chamada Lava Jato, que desempenhou durante vários meses um processo que se intitulava de combate permanente à corrupção e hoje com a aceitação desse convite, muitas dúvidas surgem na cabeça da população brasileira, pois foi Sérgio Moro o grande responsável, não só pelo processo que redundou na condenação do presidente Lula, na sua prisão, no processo de criminalização do PT e da política no Brasil", disse. 

"Vamos recorrer sem dúvida para todas as instâncias do Judiciário levantando a suspeição do senhor Sérgio Moro em relação à sua competência para julgar o presidente Lula a quem ele sempre tratou como adversário político e não como alguém para quem deveria se praticar a Justiça", cravou Humberto. 

COBRANÇAS

O PT reagiu com duras críticas à escolha do juiz Sérgio Moro como ministro da Justiça e Segurança Pública no governo de Jair Bolsonaro. Para o partido, Moro revelou "imparcialidade como juiz" após ter condenado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e aceitado o convite do presidente eleito. "Sua máscara caiu", diz nota da Executiva Nacional da legenda.

Após o anúncio de Moro para o ministério, o PT afirmou que reforçará a campanha pela liberdade do ex-presidente e cobrou que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) "paute imediatamente" o julgamento da representação protocolada pelo partido em 2016 depois da divulgação de conversas entre Lula e a ex-presidente Dilma Rousseff.

"O juiz que atuou tão fortemente contra Lula é o mesmo que beneficiou os verdadeiros corruptos da Petrobras e seus agentes, que hoje gozam de liberdade ou prisão domiciliar, além dos milhões que acumularam, em troca de depoimentos falsos, de claro cunho político", diz a nota. 

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