Buscando apoio do partido para disputar a presidência da Câmara, o deputado federal alagoano JHC (PSB) se reuniu nesta sexta-feira (18), no Recife, com o governador Paulo Câmara (PSB), vice-presidente nacional da sigla. O parlamentar esteve no Palácio do Campo das Princesas com o líder da bancada socialista, Tadeu Alencar (PE), um dia depois do principal adversário, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta se reeleger, e criticou o demista, sem citar seu nome. "Tradicionalmente, o presidente da Câmara tem se comportado de forma inadequada para o posto que ocupa", afirmou.
"O presidente não pode fazer garantias que ele nao pode cumprir, que ainda vão ser discutidas, que ainda vão ser pautadas, textos que às vezes a gente nem sabe como vão chegar à Casa. Hoje, por exemplo, projetos do Executivo que sequer o próprio Executivo deu publicidade em que termos esses projetos serão apresentados à Câmara", disse JHC. "O presidente não pode ser um ser absoluto. A Câmara não pode ser tratada como um feudo em que um único homem decide quais serão os rumos da Casa, os projetos que serão votados e inclusive se inclinando no mérito".
O PSB está dividido sobre o apoio a Maia. Único partido do bloco de oposição a Jair Bolsonaro (PSL) formado também por PDT e PCdoB, que não indicou voto no presidente da Câmara, tem uma ala que defende esse caminho. JHC e Tadeu Alencar são contrários por causa da aliança fechada por Maia com o PSL.
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Reunião
O partido vai se reunir na próxima segunda-feira (21), às 19h, para decidir sobre a formação do bloco e o candidato à presidência da Câmara que será apoiado. JHC disse manter seu nome e defendeu que, com o apoio do PSB, poderia fortalecer a campanha e eventualmente conseguir apoio do PDT e do PCdoB.
"Mas eu acredito que a decisão tem que ser de forma democrática e a minha candidatura não pode preterir o interesse coletivo do partido. Por isso, antes de mais nada, eu fiz questão de defender que primeiro fosse discutida a formação do bloco, o que seria melhor para o partido e o interesse de todos, para só assim deliberar sobre a minha candidatura. Até agora tive a paciência", disse. "Se assim for, eu vou receber com muita alegria e muita esperança de que a gente vai estar no segundo turno".
JHC disse querer ser candidato por causa de uma "mudança de costumes na política". "A sociedade representou isso muito bem na última eleição e a gente precisa modernizar a Câmara, dialogar de uma forma diferente com quem está lá fora esperando que as expectativas sejam atendidas pelo Poder Legislativo. E a gente só consegue isso com independência, arejando a Câmara e podendo representar esse novo Brasil que exige equilíbrio".