A menos de 10 dias para as eleições que definirão o nome à presidência da Câmara, o PSB decidiu por adiar a reunião que aconteceria nesta segunda-feira (21), com a bancada federal. A informação foi confirmada por parlamentares socialistas que participariam do evento em Brasília.
Ainda sem definir uma data, o deputado federal eleito João Campos (PSB) afirmou, em entrevista à Rádio Jornal na manhã desta segunda (21), que o encontro serviria apenas "para definir qual candidato seria receberia o apoio da sigla". O partido conta com 32 deputados federais eleitos.
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Em entrevista ao Blog de Jamildo, o líder da bancada, Tadeu Alencar afirmou que "faltam definições no tabuleiro” em relação ao adiamento. “A gente entendeu que valeria a pena esperar a marcha dos acontecimentos”.
Ainda há a possibilidade de dois posicionamentos influenciarem na decisão dos socialistas. De um lado, PDT e PCdoB, que anunciaram um bloco de oposição com o PSB e indicaram apoio a Maia. Do outro, o PT, que, consolidando um grupo alternativo contra o presidente da Câmara, pode ficar com os socialistas. Para Tadeu, mesmo que tenham candidatos diferentes, PSB, PDT e PCdoB podem permanecer no mesmo bloco. Por isso, os socialistas ainda devem buscar conversas com os outros partidos. “A posição deles também influencia a nossa, como podemos ficar juntos”, afirmou.
Maia e sua representação
O pleito de Rodrigo Maia esbarra na resistência tanto do presidente nacional do partido, Carlos Siqueira (PSB), quanto da própria bancada, que recuou após anúncio do apoio do PSL ao democrata. Na última reunião, dos 21 deputados presentes, apenas um deles, Átila Lira (PSB-PI) se posicionou favoravelmente a ele. Na ocasião, o alagoano João Henrique Caldas (PSB), o JHC, também colocou seu nome à disposição para a disputa. “Essa reunião de segunda-feira vai ser para referendar a posição da grande maioria do partido”, explica o deputado Gonzaga Patriota (PSB).
O líder da bancada do PSB, Tadeu Alencar (PSB), defende que uma decisão tomada colegiadamente “só pode ser ratificada ou alterada pelo colegiado”. Após encontro com parte da bancada pernambucana e o governador Paulo Câmara (PSB) no Palácio do Campo da Princesas na última quinta (17), Rodrigo reafirmou o discurso de descolamento do seu nome ao do governo Bolsonaro, o que parece não convencer os socialistas. “Creio que não iremos decidir apoiar o candidato de Bolsonaro, uma vez que já decidimos que o Partido fará oposição e, em consequência, não estará com o candidato do governo”, disparou Carlos Siqueira, referindo-se a Maia.