Codeputadas

Juntas denunciam casos de racismo e machismo na Alepe

A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) informou, por meio de nota, que não compactua com qualquer tipo de discriminação e está apurando o fato

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Publicado em 17/04/2019 às 16:46
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A Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) informou, por meio de nota, que não compactua com qualquer tipo de discriminação e está apurando o fato - FOTO: Foto: Alcione Ferreira/Divulgação
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O mandato coletivo Juntas, da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) denunciou nessa terça-feira (17), por meio de nota, casos de racismo e machismo cometidos por policiais no exterior da Casa contra as codeputadas e funcionários do seu gabinete. O mandato, representado legalmente pela ambulante Jô Cavalcanti, também é exercido, de forma coletiva, pela jornalista Carol Vergolino, a advogada trans Robeyoncé Lima, a professora Kátia Cunha e a estudante de Letras Joelma Carla.

> A união faz a força: Conheça o Juntas, o mandato coletivo na Alepe

Uma nota pública divulgada pelo gabinete afirma que uma das suas assessoras foi barrada na manhã dessa terça (16) na entrada do Anexo II da instituição. Ela iria fazer a cobertura da reunião ordinária da Comissão de Defesa dos Direitos das Mulheres, da qual as Juntas integram. O policial teria abordado a assessora “de maneira agressiva”, segundo a nota, e a questionado sobre o motivo de estar presente no local. “A profissional trabalha há quase três meses no espaço e estava segurando uma câmara fotográfica, identificando com clareza a função que exerceria no espaço. Três mulheres da mandata, duas delas Codeputadas, foram chamadas pela assessora para confrontar a abordagem e também foram alvo de comentários machistas e racistas”, diz trecho da nota. O mandato informa que a Superintendência da Alepe foi notificada sobre o ocorrido.

As codeputadas classificaram a abordagem com um exemplo de racismo institucional. “Não aceitaremos a naturalização da violência que pressupõe perfis adequados para estar numa casa parlamentar, que é a casa povo”, afirma a nota.

Elas afirmam, por fim, que o ocorrido nesta terça (17) não é um fato isolado. “A Mandata das Juntas é formada por 70% de mulheres e 50% de pessoas negras e tem sido foco frequente de abordagens machistas e racistas. São comentários sobre as roupas, sobre os cabelos, perguntas grosseiras sobre se trabalham ou não na Casa, entre outras formas de assédio moral e discriminação que não acontecem com outras pessoas que trabalham no mesmo espaço. A mandata é feminista e periférica, com forte presença de pessoas negras, em diversas funções. A diversidade da equipe representa vários segmentos da sociedade que são discriminados todos os dias por sua classe, sua cor, seu gênero”, diz outro trecho da nota. 

O gabinete informou que irá propor um treinamento aos servidores da Casa sobre "respeito e diversidade racial". 

O que diz a Alepe

Também por meio de nota, a Alepe afirmou que não é conivente com nenhuma forma de discriminação e que a denúncia das Juntas está sendo apurada, mas alegou que é a primeira vez que toma conhecimento desse tipo de situação.

“Esclarecemos que, dentro da rotina da Alepe, há um disciplinamento do acesso, para garantir a segurança de todos. Medidas administrativas vêm sendo implementadas, como a utilização de crachás e catracas, para assegurar tratamento impessoal a todos que circulam nas dependências da Assembleia”, diz a instituição.

Leia a íntegra da nota da Alepe

"A respeito da nota veiculada pelo mandato coletivo Juntas (PSOL), a Assembleia Legislativa de Pernambuco, enquanto instituição, não compactua com qualquer tipo de discriminação. Os fatos narrados estão sendo apurados, dado que a Presidência da Casa toma conhecimento dessa situação pela primeira vez. Esclarecemos que, dentro da rotina da Alepe, há um disciplinamento do acesso, para garantir a segurança de todos. Medidas administrativas vêm sendo implementadas, como a utilização de crachás e catracas, para assegurar tratamento impessoal a todos que circulam nas dependências da Assembleia". 

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