"O que parece é que as discussões em Brasília passam longe da vida real". Esse foi o tom da maior parte da entrevista do prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), à Rádio Jornal na manhã desta quinta-feira (06). O gestor municipal aproveitou a maior parte do tempo da sua participação para disparar críticas ao posicionamento e às promessas de campanha do presidente Jair Bolsonaro (PSL). Para o socialista, o presidente "não está andando ao lado do povo" e errou ao cortar diversos recursos. "As ações cortadas afetam direto na vida do povo", disse.
O tema surgiu após Geraldo ser questionado sobre o anuncio do corte de R$ 60 milhões em despesas da Prefeitura para investir em assistência social e a quantia ter sido comparada ao corte que o governo Bolsonaro vem aplicando em sua gestão.
"Lá em Brasília cortaram na educação, no Minha Casa Minha Vida, prometeram que a economia ia voltar aos trilhos. Eu vi Bolsonaro dizer que ia voltar com os empregos. Não estamos vendo nada disso. Não tem ninguém que está nos ouvindo agora e que conseguiu emprego. Ao contrário do Governo Federal, a gente está colocando os recursos da prefeitura para quem está precisando. Eu ando muito pelas ruas da cidade e vejo que a pobreza está aumentando", disse o prefeito.
"Esse governo (Bolsonaro) agora está travando os recursos públicos, causando um perigo do país entrar em uma grande recessão. O Brasil corre esse risco pela política econômica adotada pelo governo Bolsonaro. Estamos realizando um corte de despesa, mas vamos continuar aplicando dinheiro para as pessoas. O Bolsonaro não entregou isso, eu não estou vendo", completou.
Sobre sua possível candidatura ao governo de Pernambuco em 2022, Geraldo seguiu firme no discurso e afirmou que "ainda está cedo" e que a população precisa de ajuda neste momento atual. "A gente está aqui trabalhando pelo povo. As eleições está muito distante ainda", acrescentou.
Ações sociais
Durante a sua participação no programa Passando a Limpo, o prefeito do Recife comentou sobre as ações que serão realizadas para a população mais carente ou que vive nas ruas da capital. Segundo ele, a esse contingente populacional está aumentado e precisa de maiores cuidados.
"No Brasil hoje já se fala em 400 mil pessoas morando na rua. A gente já vê hoje pessoas chegando das cidades menores e morando na rua nas cidades maiores, dormindo na rua. Essas pessoas são os novos moradores de rua. A gente tem o serviço da nossa Secretaria de Direitos Humanos, nós temos abrigo temporário, a gente tem um apoio para as pessoas que moram na rua. Por isso, também iremos fornecer um restaurante popular, porque eles precisam se alimentar", contou.
Mais uma vez, enquanto comentava sobre as obras pensada para o Recife, Geraldo lançou críticas para o governo de Bolsonaro. "O Minha Casa Minha Vida emprega as pessoas. É uma obra que dá emprego para muitas pessoas. O que a Prefeitura do Recife está fazendo? O contrário. Estamos fazendo obras que empregam, estamos fazendo pequenas obras pelos bairros para empregar as pessoas do próprio bairro", acrescentou o gestor.
Em janeiro deste ano, a PCR já havia anunciado corte de R$ 50 milhões, que precisou ser reajustado, devido ao momento de recessão econômica do Brasil. De acordo com a prefeitura, os cortes vão resultar na economia de R$ 110 milhões este ano dos cofres públicos municipais.
