Disputar as prefeituras em todos os municípios pernambucanos. Esse é o objetivo do Partido Social Democrático (PSD) quando o tema são as eleições municipais de 2020. O anúncio foi feito pelo próprio presidente nacional da sigla, Gilberto Kassab, em evento realizado para os correligionários da sigla, na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na última sexta-feira (02). Segundo o ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações na gestão do presidente Michel Temer (MDB), quando não há candidatura lançada para uma prefeitura, o partido é considerado “fragilizado”.
“A principal resolução que trazemos aqui é aquela que desrespeita a candidatura de prefeitos. Não existe partido no Brasil que queira sobreviver ou se estabelecer se não lançar candidatura para prefeitura. Qualquer cidade que não tiver candidatura de prefeito está agindo de maneira tímida”, destacou.
O alerta de Kassab foi para todos os municípios, mas as únicas pré-candidaturas anunciadas no encontro foram as do deputado federal André de Paula para a Prefeitura do Recife, a de Raffiê Dellon para Caruaru e Júlio Lóssio à Petrolina. “Através dessas três cidades, o partido vai conversar com o Estado inteiro”, acrescentou. Em seu discurso, o parlamentar pernambucano chegou a levantar o nome do deputado estadual Joaquim Lira (PSD) para a prefeitura de Vitória de Santo Antão, cidade da Mata Norte de Pernambuco. Entretanto, Lira, que fazia parte da mesa, permaneceu em silêncio.
Na última quinta-feira (1º), Gilberto Kassab chegou a se encontrar com o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), onde lançou o André como o possível nome para a assumir a sucessão da capital.
“Se isso é uma determinação, se isso é uma orientação e partindo do pressuposto que modéstia parte tenho uma construção de vida no Recife muito forte, como fugir de um convite como esse? Esse é apenas o primeiro momento. Todos os partidos já estão colocando suas pretensões e a nossa é colocar uma proposta para o Recife, queremos conversar com o povo do Recife. Essa é uma oportunidade muito importante”, afirmou André de Paula nessa sexta.
O vice-presidente do PSD e ex-governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, fez questão de lembrar as dificuldades do País, mas ressaltou a esperança que a sigla enxerga graças as próximas eleições. “Nós vivemos tempos difíceis, mas o nível de envergadura do nosso partido está muito boa. O Brasil pode mudar sim e muda em uma eleição. É tempo de se reconstruir como sociedade, como líderes e também como processo político”, disse.
O encontro contou ainda com o coordenador do PSD Movimentos e presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah; do coordenador estadual e secretário nacional do PSD Jovem, Rafael Auad, e do suplente de senador e secretário geral do PSD nacional, Alexandre Silveira.
Igualdade
No evento dessa sexta, a tribuna se voltou para defender a presença das mulheres nas candidaturas pelo PSD, principalmente a defesa da permanência da cota para as candidaturas femininas.
“No dia em que houver equilíbrio, o mundos será melhor para todos. Eu faço um apelo aos homens que fazem política, aos deputados, para que pensem em ajudar as mulheres a entrarem em massa das discussões partidárias. É isso que os partidos devem fazer, igual ao PSD está fazendo, abrindo os espaços para esse debate”, cravou a presidente do PSD e ex-vice-prefeita de São Paulo, Alda Marco Antônio.
No entanto, em março deste ano, o senador Angelo Coronel (PSD-BA) apresentou um projeto em que pedia o fim das cotas para mulheres. Ele justificou que a participação feminina nas últimas eleições não se mostrou diferente do patamar histórico. “Parto do princípio que as mulheres querem ter igualdade com os homens. Se querem igualdade, não precisa ter cota”, disse o Coronel na época.
Atualmente, apenas 12 dos 81 senadores são mulheres, 15%. Na Câmara, são 77 deputadas e 436 deputados, ou seja, apenas 15%.