O discurso de que as eleições 2020 serão tratadas em 2020, já conhecido em ano pré-eleitoral, é justificada pelo presidente estadual do PSB, Sileno Guedes, como o fato de que as pessoas ainda não estão focadas no tema. Entretanto, os debates já foram iniciados e têm se intensificado. Em resposta ao bloco de oposição que já começou a se articular em torno de alguns nomes para o pleito do ano que vem e feito duras críticas à gestão do PSB no Estado e no Recife, Sileno reconhece que ainda há desafios a serem superados, mas ao fazer esse tipo de debate, não seria correto deixar de reconhecer todos os avanços conquistados.
Em entrevista ao JC, nesta segunda-feira (16), o ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM) afirmou que “o legado do PSB é muito fraco”.
“O ex-ministro de [MICHEL]Temer não conhece o Recife, apesar de todos conhecê-lo no momento em que disputou eleições majoritárias”, disparou o gestor, ao rebater o democrata. Em 2008, por exemplo, Mendonça disputou a Prefeitura do Recife, mas perdeu com 24,63% dos votos. Em 2012, o alcançou apenas 2,25% também na disputa da capital. Em 2018, saiu candidato ao Senado, mas ficou em terceiro lugar, com 19,58% dos votos.
Líder pernambucano do DEM, Mendonça Filho destacou vários problemas enfrentados pelos recifenses, como os projetos inclusivos à respeito da mobilidade, o fato de a educação não ter evoluído muito nos últimos anos e vários problemas na saúde.
“Apenas apontar problemas no Recife, como em qualquer grande cidade, é um desserviço. Existe um esforço enorme do PSB em diminuir as desigualdades que existem no País”, declarou Sileno Guedes. Na questão de mobilidade, Sileno cita a implantação da Faixa Azul nas grandes vias da cidade, além das ciclovias. “Ele [MENDONÇA]também nunca deve ter entrado no Hospital da Mulher, que já realizou mais de um milhão de atendimentos. Também é preciso falar da instalação de 17 novas escolas na rede municipal de ensino e os altos índices na qualidade do aprendizado”.
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PERPETUAÇÃO
Sobre a questão referente à perpetuação do PSB no poder, amplamente criticado não só por Mendonça Filho, mas por toda ala de oposição – são 16 anos consecutivos na gestão estadual e oito anos consecutivos à frente da Prefeitura do Recife –, o presidente socialista defende que a renovação é feita através de seus quadros. Como exemplo, citou o próprio governador Paulo Câmara, que antes integrava a equipe do então governador Eduardo Campos; o prefeito Geraldo Julio que nunca havia disputado um cargo majoritário; e, da bancada federal, o deputado João Campos – cotado para disputar o pleito municipal. “O PSB talvez tenha sido o partido que mais apresentou novos quadros na política de Pernambuco. Então, não vamos falar de renovação apenas como uma retórica de discurso”, finalizou.