O prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB), disse nesta quinta-feira (16), que a Frente Popular vai trabalhar para permanecer unida nas eleições municipais de 2020, mas que as conversas com os partidos aliados ainda vão iniciar. Hoje, o PSB tem aliados que flertam com a possibilidade de lançar candidatos à Prefeitura do Recife, como o PDT que estuda o nome do deputado federal Túlio Gadêlha (PDT) como possível postulante. Há também movimentos do MDB, do PT e do PSL. Na oposição, Joaquim Francisco (PSDB) passa a ser nome ventilado pela oposição.
"A prioridade da gestão é fazer o que o povo está precisando, a gente inaugurou o pier na semana passada, obras de drenagem, pavimentação na várzea essa semana, inauguramos obras de rua lá no Jordão. A gente está trabalhando por aquilo que a população precisa que a gente trabalhe. Eleição a gente vai cuidar na hora da eleição. A Frente Popular vai trabalhar para permanecer unida e manter esse projeto que está trazendo coisas como essa aqui que aconteceu hoje aqui em Roda de Fogo. A gente vai trabalhar para manter a Frente Popular unida, mas as conversas com os partidos ainda serão iniciadas o mais perto da eleição possível para que a gente continue dando foco total na gestão nesse momento", afirmou o prefeito após a entrega da Creche-Escola Miguel Arraes em Roda de Fogo, no bairro dos Torrões.
Já o MDB tem o senador Fernando Bezerra Coelho tentando levar o partido para a oposição e lançar Raul Henry como candidato a prefeito, mas o próprio Raul e o senador Jarbas Vasconcelos, que são os líderes do partido, ainda não dão sinais de que devem ir à oposição. Outro partido aliado, o PT apresentou uma resolução que aponta para a manutenção da aliança com o PSB, mas a deputada federal Marília Arraes (PT) ainda trabalha para que os petistas não sejam, segundo ela, "linha auxiliar" e lance a candidatura dela a prefeita da capital.
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O prefeito ainda foi questionado sobre uma possível articulação para contar com o apoio do PSL na Frente Popular, apoiando o nome de João Campos à Prefeitura do Recife. Nos bastidores, a informação é de que o PSL, estaria dando uma resposta ao presidente Jair Bolsonaro após o mesmo deixar a sigla. "A gente não teve conversa oficial com nenhum partido ainda, a Frente Popular vai iniciar ainda as conversa. A gente gosta de tratar de eleição o mais próximo da eleição possível e sobretudo em um ano como esse, depois de cinco anos de crise que o Brasil vive, a população brasileira está sofrendo muito e precisa muito do trabalho do poder público", disse Geraldo Julio.
OPOSIÇÃO NO RECIFE
O socialista vem sendo criticado por membros da oposição, como o vereador Renato Antunes (PSC) e o ex-ministro Mendonça Filho (DEM), por ter anunciado mais de 1500 inaugurações para o último ano de gestão. Mendonça, inclusive, já afirmou que as inaugurações vão atender aos anseios eleitorais do PSB. “Esse anúncio é a consagração do propósito maior do prefeito Geraldo Julio, que é transformar a Prefeitura do Recife em um quartel general eleitoral do PSB. O projeto é eleger João Campos prefeito em 2020 e Geraldo Julio governador em 2022. No fim do ano passado, inclusive, o prefeito transformou o Compaz, que é um equipamento público, num espaço de lançamento da pré-candidatura de João Campos. Essas obras não estão voltadas para o benefício dos recifenses, mas para a perpetuação do PSB no poder”, cravou.
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Geraldo Julio foi questionado sobre as críticas e se esquivou de dar uma resposta direta a Mendonça. Ele afirmou que a oposição tem o papel dela e "diz o que quiser dizer". Outro questionamento feito ao prefeito foi sobre a possibilidade de uma candidatura do ex-governador Joaquim Francisco (PSDB) a prefeito do Recife e com o apoio de Bolsonaro. "Quem fala pela oposição é a própria oposição", disse Geraldo.
Sobre a possível candidatura de Joaquim Francisco, tudo depende do destino do novo partido do presidente, o Aliança pelo Brasil. Se não conseguirem oficializar a legenda a tempo, dirigentes veem com bons olhos o nome do tucano como uma alternativa à direita no Recife.