Parlamentares do PSB e PT cobram respostas do governo Bolsonaro após acidente no metrô do Recife

A situação do metrô do Recife, após a colisão de dois trens na manhã dessa terça-feira (18), continua na pauta dos parlamentares. O deputado federal João Campos (PSB) protocolou pedido de informação, na Câmara dos Deputados, para que o governo federal esclareça alguns pontos a respeito do sucateamento do modal. 

“ O Metrô do Recife vai muito mal. Isso é um fato. Por outro lado, em 7 de março, o preço da tarifa terá subido absurdos 150% dentro de apenas 1 ano. Quem sofre com isso é o povo de toda uma região, 240 mil passageiras e passageiros que são transportados diariamente”, declara João Campos, do documento.

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O deputado federal também disse no pedido, que já teria passado da hora do governo federal se explicar. “Não vou me calar diante do descaso”. Entre os questionamentos apresentados por ele está a despesa que a União tem com o METROREC; qual o plano de investimentos elaborado para o sistema metroviário para a revitalização total da frota, manutenção dos trilhos, da rede aérea responsável por fornecer energia para os trens e a readequação das estruturas físicas das Estações; Além disso, Campos questiona se há planos e estudos para a expansão da malha ferroviária do Recife e Região Metropolitana. 

“Em meio ao sucateamento da frota, com desativação de pelo menos 30% desta, o Governo inclui a CBTU no Programa Nacional de Desestatização. Precisamos saber quais os impactos desta medida e os critérios que o governo federal irá usar.”, frisa João Campos. 

No Recife, o vereador João da Costa (PT) convocou uma audiência pública para discutir a situação do sistema na Capital. A Câmara do Recife aprovou o requerimento,  a reunião ocorrerá no dia 23 de março, no Plenarinho da Casa José Marino, às 9h.

Para o encontro, o petista convidará metroviários, representantes da Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU) e do Metrorec, especialistas, usuários e parlamentares da bancada federal de Pernambuco. O objetivo é discutir serviço e os impactos na mobilidade no Recife. De acordo com João da costa, o sucateamento do metrô do Recife, seria uma tentativa do governo federal de viabilizar a privatização do serviço. 

“O metrô do Recife transporta, diariamente, quase 400 mil pessoas nas linhas Centro e Sul. Isso tem um impacto importante na fluidez do trânsito e na mobilidade do Recife e das cidades da Região Metropolitana. O que aconteceu ontem, por pouco, não terminou em mortes. É um retrato claro do sucateamento e desinteresse do governo federal em buscar alternativas para modernizar esse serviço sustentável e lucrativo. Em vez disso, o governo Bolsonaro coloca em risco vidas humanas, põe a população contra metrô e busca vender para a iniciativa privada", ressalta João da Costa.

 Ofício ao Ministério do Desenvolvimento Regional

O governador Paulo Câmara (PSB) afirmou, na manhã desta terça-feira (18), após participar de uma assembleia na Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), que vai procurar o novo ministro do Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho (PSDB-RN), ainda na tarde dessa terça para cobrar um posicionamento da União sobre o acidente ocorrido pela manhã no metrô do Recife.

A gestão do metrô pernambucano é feito pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU), uma empresa federal. A colisão entre dois trens foi registrada na estação Ipiranga da linha Centro do modal e deixou aproximadamente 60 pessoas feridas. "Vou oficiar o ministro Rogério Marinho (Desenvolvimento Regional) solicitando providências urgentes (sobre o acidente). A gente vê claramente a necessidade de manutenção mais adequada e de uma profissionalização da gestão do metrô aqui no Recife. A gente não pode trabalhar com improviso numa ação e num transporte que envolve tantas pessoas", declarou o gestor.

"Estamos fazendo um investimento e uma busca muito grandes para melhorar o serviço de ônibus, que é de responsabilidade do Estado, e vamos exigir que o governo federal também cumpra a sua obrigação em relação ao metrô, porque esse é um tema que também envolve mais de um milhão de pessoas diariamente que circulam de ônibus e metrô e precisam ter um tratamento digno por parte dos governantes", afirmou o governador, lembrando que o Procon e a procuradoria do Estado foram autorizados a investigar o caso.