As condições ideais de temperatura, visibilidade e preservação ambiental fazem de Jardines de la Reina uma das melhores regiões de mergulho do mundo. São pelo menos 50 pontos indicados para a prática. Mas para explorar bem os tesouros guardados sob essas águas, o ideal é ter o mínimo de autonomia.
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Mergulhadores mais experientes podem descer até 40 metros de profundidade na companhia dos principais anfitriões locais. Tubarões caribenhos de recife e silkys estão presentes na maioria das imersões. Normalmente, mantêm uma distância respeitosa, embora uns mais curiosos às vezes se aproximem para interagir. “Não há perigo, porque estamos num ambiente em equilíbrio. Basta tomar os cuidados básicos, como estar tranquilo na água e não fazer movimentos bruscos”, diz o instrutor Noel Lopez, que há 20 anos guia mergulhadores em Cuba.
O empresário dominicano José Orsini, 59 anos (40 de mergulho), é um dos seus clientes assíduos. Com a experiência de quem já percorreu paisagens submarinas do Atlântico ao Pacífico, ele garante que não há lugar “tão virgem” como os Jardines. “Agora mesmo estávamos com 15 tubarões”, entusiasma-se numa das paradas para descanso, lembrando que a abundância do animal é um dos indícios mais evidentes da saúde dos arrecifes e da vida marinha em geral. Como têm período de gestação prolongado e poucas crias, os tubarões são altamente vulneráveis à pesca. Devidamente protegidos, se tornam bem mais interessantes ao turismo.
Quem não se aventura a mergulhar com eles, pode observá-los de cima da lancha em alguns pontos. A extrema transparência da água permite apreciar com clareza a cartilagem sedosa dos mais de 40 que cruzam o barco.
Não são os únicos a causar frenesi. A guasa, apelido de um gigantesco mero de até dois metros de cumprimento, também impressiona. Tanto quanto os formatos inimagináveis de corais, com destaque para o chifre-de-alce. Ameaçado de extinção em outras partes do Caribe, nos Jardins exibe-se em pleno vigor, ao lado dos pétreos, cilíndricos, abanicos, gorgônias e octocorais.
Nesse animado passeio pelo fundo do mar, ainda é possível topar com lagostas, polvos, tartarugas e crocodilos-americanos (!). Estes últimos não deram o ar da graça durante a nossa incursão. Fica para a próxima.