Fica difícil fugir da imagem clássica quando o assunto é o balneário de Cancún, no Estado de Quintana Roo, na costa do México. Do avião já se vê o mar em seus vários tons de azul – do anil ao esmeralda, como quem convida o visitante a um mergulho. A água quente da praia e a areia fina e fria (formada por sedimentos de corais que não esquentam nunca) não decepcionam. Pelo contrário, confirmam a expectativa criada no alto.
Não à toa, pelo menos 5 milhões de turistas visitam a região por ano e três mil casais escolhem o destino para selar a união. E o número só aumenta. A taxa de visitantes cresce 10% ao ano, de acordo com o Conselho de Promoção Turística do México. Americanos ainda são maioria na costa caribenha, dada a proximidade geográfica e os custos mais baixos, mas o Brasil já é o quarto no ranking.
A exuberância das praias de águas azul-turquesa e as compras estão entre os principais motivos que atraem os brasileiros, conta Cristina Rosado, gerente de relações públicas com a América Latina, do Conselho. A natureza, realmente, foi caprichosa na região. A zona hoteleira, que abriga 130 unidades, é cercada pelo mar de um lado e pela lagoa Nichupte do outro.
Se estiver em Cancún, vale a pena parar uma tarde para ver um dos mais belos pôr do sol. Alguns shoppings, como o La Isla, que fica no km 12,5 da Boulevard Kukulkan, dedicam área especial só para apreciar o momento.
Mas existe uma Cancún muito além do mar azul. Pensando em ajudá-lo a descobrir esse pedacinho do Caribe mexicano, fizemos um guia rápido com algumas razões para visitar o litoral. Em quatro dias é possível aproveitar a natureza em sua forma mais bonita, conhecer baladas, provar da fina gastronomia ou, simplesmente, descansar numa espreguiçadeira à beira de um mar azul. Se der sorte, pode mergulhar com um tubarão-baleia.
Apesar dos quase 7 mil quilômetros que separam o Recife de Cancún, chegar ao litoral caribenho é mais fácil do que parece. O “hub das Américas”, no Panamá, facilita o trajeto. No Aeroporto Internacional Tocumen, a conexão é rápida e, em menos de 2 horas, é possível estar na beira da praia. Os voos de volta saem de Cancún às segundas, quintas e sábados. A viagem é tranquila e não precisa de visto para entrar no México. Bom lembrar que, em Cancún, a diferença do fuso horário é de menos 2 horas em relação ao Brasil.
CHEGUEI EM CANCÚN O QUE FAZER?
O terminal do aeroporto em Cancún é um pouco confuso e várias pessoas lhe abordam para pegar conduções, táxis ou transfers até os hotéis.
Ao chegar em Cancún, também é fácil transitar pelo balneário. Ônibus são baratos e circulam por toda zona hoteleira, durante 24 horas. As tarifas custam 10,50 pesos. A passagem é paga diretamente ao motorista.
Os táxis em Cancún não são baratos, mas podem ser uma boa idea para um ou outro passeio. Os valores costumam ser dados em pesos, mas os taxistas convertem para dólares e dão o troco em pesos.
Cancún pode ser dividida em duas partes. A primeira é o centro, com grandes supermercados, lojas multinacionais, e onde estão, de fato, os mexicanos. Essa parte é também a que tem hotéis mais baratos. A segunda parte é a Zona Hoteleira.
A região passa por uma espécie de renascimento gourmet e os restaurantes têm apostado em menus diferentes para quem quer fugir dos tacos ou quesadillas. Os preços variam de acordo com o bolso. Mas é possível comer uma boa carne argentina com um resfrecante cleriquot por R$ 150 (casal), no restaurante Puerto Madero (Boulevard Kukulcán, Km. 14.1, Zona Hotelera). Mas há dezenas de estabelecimentos ao longo da zona hoteleira e no centro de Cancún.
Na Avenida Xpuhil, área luxuosa do Centro, é possível encontrar uma cozinha mais autoral e refinada. O chef argentino Cristian Morales comanda a casa de mesmo nome e faz pratos da cozinha mexicana contemporânea. O menu degustação com oito pratos sai por 830 pesos (R$ 183). A proposta intimista é sentida desde a entrada, quando Morales faz questão de conversar com os clientes.
Andarilho, ele já morou em Salvador, onde trabalhou fazendo caipirinhas. Aos 30 anos, resolveu montar o próprio negócio, depois de morar em 14 países. O lugar começou pequeno, com quatro mesas. Hoje são 1.400 m² e tem espaço para 400 pessoas.
UM PARAÍSO CHAMADO ISLA MUJERES
Mesmo se for a Cancún com agenda apertada, não deixe de conhecer a Isla Mujeres. Principalmente se a intenção é buscar um local mais paradisíaco. Há passeios de catamarã que saem pela manhã e voltam à tarde. No percurso é possível mergulhar num recife de corais e passar a tarde na ilha, que tem pouco mais de oito quilômetros e está a seis quilômetros de Cancún. A cidade é pequena, tem 15 mil habitantes, mas possui uma das prais mais bonitas da região - a Playa Norte. Para uma experiência mais tranquila, vá à seção mais leste, no fim de uma pequena estrada chamada Zazil-ha. Lá, basta alugar uma espreguiçadeira ou estender a toalha para aproveitar o ritmo lento da ilha. A água é calma e rasa.
O local é um centro de compras aberto e cortado por canais, como uma Veneza do consumismo. Inclusive, Cancún pode ser destino aos mais variados orçamentos. Tem o Mercado 28, no Centro da cidade, com artesanato, jóias, doces, roupas típicas e toda sorte de artigos para turistas. Os comerciantes o abordam a todo instante, mas é preciso pechinchar. Muito. Aos que quiserem provar itens regionais, especialmente bebidas, não pode deixar de conhecer a Hacienda del Tequila. No local, um guia explica o processo de fabricação e você pode provar a bebida e comprá-la se desejar. Mas fique alerta aos valores, pois o local é destinado aos estrangeiros.
O balneário guarda também um mercado de alto padrão, na galeria Luxury Avenue. O nome não deixa margens para dúvidas e o local congrega mais de 20 marcas de luxo, como Burberry, Cartier, Fendi, Calvin Klein e Bvlgari. O setor de cosméticos também é queridinho por turistas e as brasileiras não fogem ao padrão.
Cidade pensada e planejada para o turismo, Cancún além das riquezas naturais tem investido em atrativos que vão além das praias. Fora as boates e a vida noturna agitada, há diversas atrações tanto no balneário quanto nas cidades vizinhas.
De olho no potencial turístico e econômico, grandes grupos de entretenimento, como o Cirque du Soleil, montaram parque fixo na Riviera Maya (1h de Cancún). A empresa brasileira de entretenimento Dreams, conhecida pelos museus temáticos no Sul do Brasil, também se instalou na Zona Hoteleira. Em janeiro, o grupo abriu as portas do Museu de Cera. A reportagem do JC passou quatro dias em Cancún e fez alguns roteiros além de aproveitar as águas azuis e cristalinas do litoral caribenho. Trouxemos algumas opções, principalmente para quem vai viajar com crianças. Leia aqui algumas das opções.
*A repórter viajou a convite da Copa Airlines, do Conselho de Promoção Turística do México, do OVC Cancún e do Hard Rock Hotel Cancún