Opinião

A troca de função na própria empresa pode ser um caminho de crescimento. Você já pensou nisso?

Muitas vezes, a falta de opção ou a insegurança acompanham as pessoas ao longo da vida profissional e o medo de arriscar sobrepõe a coragem de ousar e buscar algo novo. Mas isso está mudando

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Felippe Pessoa

Publicado em 15/03/2021 às 8:11
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Tradicionalmente, os profissionais escolhem uma carreira e seguem com ela até a aposentadoria. Talvez por gostar do que faz, talvez não. Muitas vezes, a falta de opção ou a insegurança acompanham as pessoas ao longo da vida profissional e o medo de arriscar sobrepõe a coragem de ousar e buscar algo novo. Mas isso está mudando. E as próprias empresas estão suportando essas transformações em suas estruturas.

No último ano, todas as empresas passaram por dificuldades e precisaram se reinventar. Os modelos de negócios engessados deram lugar a ousadias antes inimagináveis na maneira de pensar e agir. E as pessoas precisaram embarcar nessa. O “novo normal” exigiu mais agilidade, resiliência e adaptabilidade. Essas palavras podes ser a grande chave para o futuro.

De acordo com uma pesquisa realizada pelo Linkedin, deve haver um aumento de 20% na mobilidade dentro das empresas. Assim, ficará mais fácil trocar de função, sem precisar sair de onde trabalha. Nesse momento de pandemia e de muitas demissões, as novas contratações devem diminuir, dando lugar as pratas da casa e abrindo espaço aos talentos das próprias equipes internas.

Na prática, o conhecimento do negócio e as competências comportamentais devem ser mais relevantes que a própria formação acadêmica e a capacidade técnica. Por exemplo, um bom gestor que lida com grandes times como da área comercial ou financeira pode ser deslocado para a área de RH; ou um engenheiro de formação pode ser gestor da área financeira pela habilidade com números e raciocínio lógico. Essas movimentações podem parecer estranhas num primeiro momento, mas não são incomuns em grandes empresas.

Para os profissionais que desejam atuar em uma área diferente da que tem experiência ou formação, uma dica importante: é bem mais fácil migrar dentro da empresa do que fora. Ou seja, quando você já está trabalhando na empresa e busca uma mobilidade interna é mais fácil do que buscar emprego em outra empresa do mercado na nova área em que deseja atuar. Isso porque a empresa atual já conhece suas competências comportamentais, já sabe como você lida com gestão de equipes, comunicação, adaptabilidade, resiliência e outras habilidades possivelmente necessárias para o novo cargo. E a boa notícia é que essas movimentações estão cada vez mais comuns.

Em alguns nichos, como startups e empresas de tecnologia, essa cultura da mobilidade interna já é comum, pela valorização da flexibilidade e da agilidade. Agora, com as empresas buscando profissionais multifuncionais, essas mudanças devem chegar a todos os setores e promover a retenção de funcionários e melhores resultados. Afinal, o crescimento dos profissionais torna-se lateral, sem ter que esperar longamente por uma promoção na sua área de origem.

Para se ter uma ideia, uma pesquisa realizada pela McKinsey, mostrou que grandes empresas possuem 8 níveis hierárquicos. No passado, quando o plano de carreira era extremamente vertical e linear, esse número chegava a 18 níveis. Na prática, essa pesquisa mostra o quão demorado era chegar ao topo da pirâmide. Desta forma, a movimentação interna torna-se uma interessante estratégica das organizações para manter os profissionais motivados e buscando se desenvolver para ascender na própria empresa. Ou seja, a movimentação interna é uma aliada fundamental das empresas para retenção, motivação e resultados constantes. E ainda beneficia os profissionais que buscam novos desafios e experiências na carreira.

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