Luiz Henrique Mandetta (DEM) deu entrevista à Folha de São Paulo e tratou de não desmentir a possibilidade levantada de vir a disputar a Presidência da República em 2022. Perguntado, não negou. “Sei lá. Eu não sei de nada. Agora o que sei é que preciso cortar o cabelo”, brincou.
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Mas falou sério, porque logo em seguida modulou o discurso para tentar encontrar o caminho do centro e posicionar-se ali. O centro democrático é a aposta de 80% dos analistas políticos para a próxima eleição.
Acredita-se que a polarização excessiva entre esquerda e direita já cansou o eleitor e um moderado seria bem vindo.
Mandetta deve concordar, porque estando ele, hoje, identificado com a direita, ao responder sobre o isolamento social, sacou do vocabulário uma expressão muito usada pela esquerda: “Só quem está gritando é a Casa Grande, que vê o dinheiro do engenho cair”, soltou o ex-ministro, repetindo uma expressão muito utilizada, principalmente por movimentos negros no Brasil, para logo depois dizer diretamente que "há dois extremos que estão se esgotando. Há os que defendem cegamente o Lula. E há os de direita, que acreditam que tudo é uma conspiração para acabar com Bolsonaro. Há condições para um diálogo de reconstrução nacional”, completou.
Faltou só dizer que o diálogo passa por ele. Na entrevista, foi dado espaço, o tempo todo para que ele criticasse Bolsonaro diretamente. O ex-ministro desconversou.
Ficou claro que já entendeu não ser possível construir uma candidatura de centro se atacar qualquer um dos lados, porque precisa trazer simpatizantes moderados dos dois extremos numa eleição.
Não será preciso esperar que ele corte o cabelo para responder se pretende ser candidato, já está bem claro.
O problema é que para viabilizar uma candidatura com força ele terá que se manter em evidência, apesar de não ser mais o ministro. Como fará isso por mais de dois anos?
Escrever livros, como já disse estar disposto a fazer, infelizmente, não é suficiente no Brasil.
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