Amizade do centrão tem limite e quem desconhece isso contrata traição

Na hora crucial entre afundar junto ou salvar a própria pele, a decisão pela segunda hipótese é muito rápida
Igor Maciel
Publicado em 18/05/2020 às 19:03
O processo de votação será presencial e secreto, com 21 urnas eletrônicas distribuídas pelo Plenário e pelos salões Verde e Nobre, espaços que ficarão restritos aos parlamentares Foto: FABIO RODRIGUES POZZEBOM/AGÊNCIA BRASIL


O centrão quer todos os espaços possíveis no governo Bolsonaro, menos os que indiquem que eles estão apoiando o governo Bolsonaro.

Porque o maior problema para o apoio é o próprio presidente e a maioria não está disposta a se comprometer com alguém que é tão instável em múltiplas frentes.

Um parlamentar que conversou com a coluna e cujo partido integra o centrão, explica que dois ou três cargos de segundo escalão não prendem partido ou bancada nenhuma.

Na prática, ao negociar com o centrão e gostando de provocar crises do jeito que gosta, Bolsonaro não está fazendo nada além de contratar uma traição mais à frente.

Esta fonte lembra que Dilma Rousseff (PT) tinha partidos do centro ocupando ministérios de porteira fechada e caiu. “Faltando algumas semanas para a votação do impedimento, os partidos começaram a devolver os cargos”, lembrou.

Na hora crucial entre afundar junto ou salvar a própria pele, a decisão pela segunda hipótese é muito rápida.

Ainda mais com um presidente que faz de tudo para chamar a atenção, mesmo que de forma negativa.

Quem está ali para aproveitar verbas e cargos, sem incômodo, gosta de ser discreto.

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