Partidos políticos que deveriam ser barreiras, viraram passagem para criaturas de caráter duvidoso

O enfraquecimento do sistema partidária de proteção democrática é muito claro e aconteceu ao longo de anos no País
Igor Maciel
Publicado em 20/05/2020 às 11:01
A intenção é instalar o gabinete de Lira onde funciona o Comitê de Imprensa desde a transferência do Legislativo para Brasília Foto: WILSON DIAS/AGÊNCIA BRASIL


O livro Como as Democracias Morrem, de Steven Levitsky e Daniel Ziblatt, é claro sobre o papel dos partidos políticos como guardiões da democracia e como bloqueio para figuras que coloquem em risco a estabilidade do País. A análise dos autores mostra o momento em que isso enfraqueceu ao ponto de permitir a ascensão de Donald Trump. Eles falam sobre os EUA, claro. Em relação ao Brasil, vale refletir .

A verdade é que os partidos aqui, desde a redemocratização, tornaram-se portais gigantescos para criaturas de caráter duvidoso.

Certa vez, o então governador de AL, Fernando Collor, no PMDB, foi conversar com Ulysses Guimarães (PMDB) e ofereceu-se para ser candidato a vice-presidente da República. Conhecendo bem o passado de Collor e o risco, a resposta de Ulysses foi curta: “Collor, cresça e apareça”.

Ulysses, ao menos, tentou. Collor saiu do PMDB e arranjou um partido para mandar. Foi para o PRN. O resto da história, conhecemos bem. E é um exemplo só.

Há vários outros sobre como as instituições partidárias tornaram-se fissuras na democracia brasileira.

E podem gerar um desabamento no futuro.

Os sinais, nas eleições passadas, têm sido cada vez mais claros.

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