Por gravidade

Restrições devem ser implantadas por região, mas orientadas pelo Governo Federal, diz especialista

A ausência de comando central tem sido um dos maiores problemas no combate ao vírus no Brasil

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Igor Maciel

Publicado em 05/03/2021 às 9:57 | Atualizado em 05/03/2021 às 11:58
Análise
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O médico infectologista Júlio Croda, que é pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, lembrou a necessidade de coordenação do Governo Federal para conter o avanço da covid-19.

Em entrevista à Rádio Jornal, Croda lembrou que as medidas restritivas são necessárias, mas deveriam ser implementadas de acordo com a gravidade em cada região e de acordo com a ocupação de leitos. 

"A restrição para uma capital, com colapso de leitos e grande número de casos, não pode ser a mesma que é imposta a uma cidade do interior que não tem circulação do vírus, mas isso deveria ser coordenado pelo Governo Federal", explica.

A ausência de comando central tem sido um dos maiores problemas no combate ao vírus no Brasil. Desde o início, a ideia do presidente Bolsonaro era implementar ações para gerar imunidade de rebanho, deixando as pessoas mais jovens se infectarem para garantir um grupo imune como barreira para a doença.

O problema é que isso foi o que causou colapsos em outras partes do mundo, como a Itália, por exemplo. Fora isso, com a infecção frequente, o vírus passa por mutações e acaba se fortalecendo. As novas cepas têm afetado jovens de forma grave. A situação é séria.

Por causa disso, o STF garantiu que os governadores e prefeitos tenham autonomia para tomar decisões também, junto com Bolsonaro. A responsabilidade é de todos, mas o presidente aproveitou a decisão do STF para criar uma narrativa em que não tem responsabilidade sobre nada porque foi impedido pela Justiça.

Bolsonaro não quer ajudar em coletivo, quer mandar sozinho ou não aceita suas responsabilidades.

O Brasil não tem governo central coordenador, o Brasil tem narrativas.

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