Eleição é o que importa

Bolsonaro resolveu comprar a vacina que "transformava em jacaré". Não pelas mortes, mas por política

Vacinas poderiam ter sido compradas desde agosto de 2020, segundo ex-ministro da Saúde. Só foram agora para evitar que os governadores comprassem primeiro.

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Igor Maciel

Publicado em 04/03/2021 às 11:54 | Atualizado em 04/03/2021 às 18:31
Análise
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Em entrevista à Rádio Jornal, Luiz Henrique Mandetta (DEM) lembrou que o governo teve a chance de comprar as vacinas da Pfizer em agosto de 2020, quando estavam sendo elaboradas ainda.

E que se tivesse feito, as doses estariam chegando desde janeiro de 2021 para o país.

A vacina da Pfizer, para quem não lembra, é a que Bolsonaro disse que não compraria porque as pessoas podiam tomar e "virar jacaré".

Elas foram vendidas para outros lugares do mundo e esses lugares começam a sair da fase mais crítica agora.

O Brasil está afundando.

E Bolsonaro resolveu comprar as vacinas da Pfizer, que não fizeram nenhum jacaré de lá pra cá.

O problema é que pela compra tardia, elas vão demorar a ser disponibilizadas.

Bem quando o Brasil mais precisa.

Bolsonaro resolveu ignorar o jacaré por causa da situação difícil? Não.

O fez porque os governadores conseguiram autorização para comprar vacinas por conta própria e isso seria uma derrota política para Bolsonaro.

Repetindo: derrota política.

A prova é que o contrato ainda não foi assinado, porque o Governo Federal quer que a Pfizer se comprometa a não vender para os governadores primeiro.

Objetivo maior é ganhar corrida política contra os gestores estaduais. Vacinar é consequência.

As mortes não importam para o presidente do país que não tem leitos, nem covas, suficientes para a população.

O que importa é a eleição.

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