Veja o que empresa aérea respondeu à CPI sobre a entrada de Bolsonaro em avião há um mês
Presidente apareceu em aeronave que estava pra decolar, tirou a máscara, provocou protestos dos passageiros, causou aglomeração e saiu. Senador pernambucano havia pedido explicações à empresa.
A cena inusitada de Bolsonaro entrando num avião da Azul aconteceu em Vitória (ES), no dia 11 de junho. Na ocasião, sem que ninguém entendesse o motivo, o presidente da República resolveu entrar na aeronave para fazer foto com apoiadores.
Era um momento crítico da pandemia, com número elevado de mortes, diariamente.
O chefe do Executivo chegou a tirar a máscara, ouviu palavras de apoio e xingamentos, provocando os passageiros ao dizer que "quem xingava ele deveria viajar de jegue".
Ele também fez fotos com parte da tripulação.
No dia 15 de junho, o senador pernambucano Humberto Costa (PT) pediu, na CPI da Covid, que a empresa aérea desse explicações, já que várias regras sanitárias e de segurança foram quebradas.
A Azul respondeu à CPI em uma carta, pedindo que as respostas não fossem divulgadas, mas a revista Veja teve acesso e divulgou o material no último fim de semana.
“Nota-se que o comandante da aeronave estava fazendo uso da máscara facial de forma adequada, uma vez que estava ciente de sua obrigatoriedade, contudo, diante da presença atípica e inesperada do presidente da República, deixou de conter o ímpeto de manter-se com a máscara no local adequado, no momento em que tirou uma foto”, tentou justificar a empresa, aos senadores.
“A Azul informa que o comandante da aeronave do voo em comento foi quem concordou com a entrada inesperada do presidente da República, o qual adentrou a aeronave apenas acompanhado de seu segurança e lá permaneceu por aproximadamente 2 minutos. (…) O comandante da aeronave possui legitimidade e competência para tal autorização, responsabilizando-se pelos seus atos e decisões”, diz a empresa em outro trecho.
A carta garante, também, que a empresa aplicou a devida punição ao piloto e ao co-piloto.