Todo mundo que embarcou com Bolsonaro em 2018 e apostou em tempo bom, encontrou tempestade. Mais que isso, o barco pode chegar a 2022 imprestável para seguir viagem.
Quem ainda está o governo, faz cálculos, e não é diferente com alguns militares que abraçaram a política. Existe uma ala, principalmente entre os políticos ligados às Forças Armadas, que começa a defender o nome de Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o presidente do Senado, para "atravessar a rua" e ser presidente da República.
Essa aproximação explicaria a reação "fofa" que ele teve na semana passada, a uma nota dos comandantes militares que criticou e ameaçou a CPI da Covid, instalada no Senado.
Como um bom mineiro, Pacheco não está disposto a brigar agora.
Essa ala militar, que defende o nome do presidente do Senado para o lugar de Bolsonaro, tem um segundo objetivo: convencer Sergio Moro a compor a chapa, como vice.
Pacheco, para quem não lembra, carrega em sua eleição o símbolo de ter sido o responsável por se eleger senador no lugar de Dilma Rousseff (PT), evitando que ela vencesse.
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Hoje, esse grupo que o apoia tem dois grandes temores: a continuidade de Bolsonaro e a volta de Lula (PT). Acreditam que Ciro Gomes (PDT), ou Henrique Mandetta (DEM) não têm condição de unir os descontentes e quebrar a polarização.
A coisa evoluiu ao ponto de a candidatura de Pacheco ser anunciada em reportagem do Uol, nesta segunda-feira (12). Pelo texto, ele já teria acertado a ida para o PSD pelo qual disputará o Planalto.
Imediatamente, mandou uma nota curta, com duas frases: "Não discutirei agora o processo eleitoral de 2022. Meu compromisso é com a estabilidade do país, e isso exige foco nos muitos problemas que ainda temos em 2021".
Em política, quando alguém usa a fórmula "nem sim, nem não", geralmente, a resposta é "sim".
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