Pré-candidato ao governo de Pernambuco, Miguel Coelho (UB) participou de sabatina no UOL e garantiu que ninguém esquecesse sua proximidade com Eduardo Campos em Pernambuco. Ele citou o ex-governador socialista em diversas ocasiões.
Mas, fez questão de não ser vinculado ao PSB atual.
O ex-prefeito de Petrolina já foi do partido e chegou a ser eleito em sua cidade natal pela sigla. Miguel foi praticamente expulso quando o pai, Fernando Bezerra Coelho (MDB) migrou para a oposição na época do governo de Michel Temer (MDB).
O argumento de Miguel é que só saiu do PSB porque o PSB deixou de ser o que era na época de Eduardo e "perdeu o rumo".
Uma pessoa que faz parte do planejamento da campanha do pré-candidato ao Palácio explicou como ele pretende se posicionar dentro das discussões polarizadas desse pleito. "Ele vai falar das coisas boas de Lula e das coisas boas de Bolsonaro", disse.
Já em Pernambuco, ele vai falar da boa época do PSB, com Eduardo, e mostrar que o partido "se perdeu de 2014 pra cá".
Convenhamos, ele tem bastante razão.
O problema é o efeito dessa estratégia no resultado final. Boa parte das intenções de voto de Miguel ainda têm base bolsonarista, pelo período que o grupo dele esteve ligado ao presidente (há pesquisas apontando algo próximo de 60%).
Se não bater em Lula, conseguirá sustentar esse público até a urna e ainda crescer entre adversários como Anderson Ferreira (PL), Marília Arraes (SD) e Danilo Cabral (PSB), que têm posicionamentos nacionais melhor definidos?
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