O que Marília Arraes (SD) precisa fazer para vencer a eleição? Ficar onde está.
Parece uma sugestão óbvia já que a pessoa em questão lidera as pesquisas com chances de vencer no primeiro turno. Mas, ficar parada no lugar em que está, sem se arriscar, é algo que ela não vai conseguir, porque vai ser alvo de pancadaria.
O PSB sabe que a disputa é difícil e sabe que as perspectivas são muito ruins. Danilo Cabral (PSB) não cresceu como se imaginava, até agora, e o cenário é muito difícil para qualquer estratégia.
São quatro adversários fortes, cada um com algum tipo de voto duro (aquele difícil de tomar). A que tem os votos mais fáceis de tirar para os socialistas é Marília e, logo ela, está liderando com mais de 25 pontos percentuais à frente de Danilo. Fazer com que ela desidrate será trabalho grande e dificilmente será o suficiente para ultrapassar.
Não é recomendável considerar que o PSB já perdeu a eleição. O candidato socialista ainda pode crescer e tentar ir a um segundo turno, mas o caminho é difícil por causa dos outros candidatos pela estrada. Por isso, alguns aliados começaram a falar em um tipo de "plano de contingência" para o caso de o insucesso se tornar irremediável.
O roteiro passa por “inviabilizar Marília”.
Há, na Frente Popular, uma teoria segundo a qual a maior inimiga transformar-se em governadora seria enterrar o PSB por muitos e muitos anos.
Por isso, alguns têm dito que o principal objetivo do PSB é eleger Danilo, mas o segundo é garantir que Marília perca. Tem lógica, mas dá pra confiar que eles pensem assim de verdade? Não. Num jogo de xadrez há uma dança em que o oponente faz você acreditar que vai ser beneficiado para lhe induzir ao erro. Se Marília for atacada até desabar, quem se beneficiaria? Um dos outros três candidatos.
Os mais palatáveis para receber um “apoio socialista velado” contra Marília seriam Raquel Lyra (PSDB) e Miguel Coelho (UB). Mas, com essa perspectiva, a de serem apoiados veladamente, eles podem se sentir obrigados a diminuir o nível de ataques ao PSB neste 1º turno e baixar a guarda. Se os adversários baixarem a guarda acreditando em benefício, Danilo volta a ter chances de crescer. E pode ser xeque.
Recentemente, o PT organizou um diagnóstico sobre SP e encheu as gestões do PSDB de críticas. O foco maior sempre foi Doria, mas Alckmin estava lá como vilão pela época em que era tucano. Agora, quando o PT leva ele na campanha, o assunto teria desaparecido completamente. Haddad, que tenta virar votos tucanos no interior do estado, diz que o PSDB só era ruim antes de depois de Alckmin.
O problema para o discurso é que de 1995 pra cá, Alckmin foi governador quatro vezes e passou 16 anos comandando o maior estado do Brasil.
Até falar de Doria é difícil. Em SP, a impopularidade do ex-governador deriva do que ele fez de certo para o PT: brigar com Bolsonaro.
O agregador de pesquisas do Jornal do Commercio dentro de uma parceria com a ferramenta de prognósticos eleitorais OddsPointer, que já está computando os dados sobre a eleição em PE, começou a mostrar a média dos levantamentos já feitos no estado.
O agregador reúne dados de vários institutos e faz uma média ao longo do tempo para avaliar as intenções de voto e a evolução de cada candidato. Com ele é possível observar, por exemplo, que Marília cresceu, mas Anderson e Danilo caíram na corrida, desde janeiro.