A viagem de Anderson Ferreira, a bronca de Miguel Coelho e João Arnaldo fala sobre Marília Arraes

Anderson quer sintonia

O primeiro e principal desafio de Anderson Ferreira (PL) é mostrar que é, de fato, o candidato de Bolsonaro em Pernambuco. Estando devidamente reconhecido como o principal nome bolsonarista no estado, o ex-prefeito de Jaboatão vai precisar atrair os eleitores. O presidente, segundo o agregador de pesquisas do JC (confira gráficos no fim da página), alcançou 21% no Nordeste. Em Pernambuco, Anderson alcançou 9,5%. O terreno para crescer existe. Precisa saber como assumir esse espaço. A aposta da equipe de campanha é que quanto maior for a proximidade com Bolsonaro, mais o candidato vai crescer. Seguindo essa estratégia, Anderson Ferreira viajou para Brasília novamente. Foi se encontrar com Bolsonaro. Haverá fotos com ele e com Gilson Machado (PL) que disputa o Senado em Pernambuco e está empatado com dois adversários na primeira colocação. Haverá também uma conversa com a equipe da campanha nacional. A ideia é aumentar o quanto for possível a conexão entre a estratégia nacional e a local. O objetivo é aproveitar a tendência de alta que o próprio presidente vem demonstrando nas pesquisas e subir na prancha para aproveitar “a onda”.

Miguel e o "traidor"

Miguel Coelho (UB) demonstrou ter sentido a saída do prefeito de Araripina Raimundo Pimentel (UB) de seu palanque. Enquanto Pimentel anunciava sua adesão à campanha de Marília Arraes (SD) numa livraria no Bairro do Recife, Miguel participava de sabatina na Rádio Jornal, há 3 km de distância. Questionado, o ex-prefeito de Petrolina e candidato ao governo do estado foi duro e chamou o ex-aliado de “traidor”. Antes disso, relembrou a quantidade de vezes em que o prefeito foi ajudado pelo grupo político dele, pontuou que era algo isolado já que o vice-prefeito não acompanhou o titular na mudança de palanque e finalizou com a frase clássica de Leonel Brizola: “a política ama a traição, mas não perdoa o traidor”.

Pimentel

Raimundo Pimentel e a esposa, Socorro Pimentel (UB), são lideranças no Sertão do Araripe, que fica ao norte do Sertão do São Francisco, em relação à Petrolina. A influência deles na região é importante porque trata-se do polo gesseiro que é um dos motores da economia pernambucana. Por lá, circula muito dinheiro na economia. Há quem diga que o sobrenome Arraes facilita nessa mudança dos Pimentel, por causa das origens de Miguel Arraes, avô de Marília.

Votos

A verdade é que uma mudança na chapa de deputado estadual do União Brasil provocou a mudança. Luciano Bivar (UB), que seria candidato a presidente, desistiu para disputar a reeleição a deputado federal. Como isso não estava previsto, foi necessário reajustar a chapa de federal. Alguns nomes que estavam certos para disputar a Alepe foram transferidos para a disputa pela Câmara, com isso, a chapa da Alepe ficou enfraquecida. Pelas contas, Socorro Pimentel é uma das que correria risco de não se eleger.

A chapa de Marília

Também entrevistado no último dia de sabatinas com os candidatos ao governo de Pernambuco, João Arnaldo (PSOL) fez questão de defender um modelo próprio de gestão, que não estigmatize parcerias com a iniciativa privada, mas também garantindo que o estado mantenha o controle de tudo o que é essencial à população. O candidato tem facilidade para apresentar ideias e demonstra ser bem preparado. Para quem não lembra, João Arnaldo foi candidato a vice-prefeito do Recife na chapa de Marília Arraes (SD) em 2020. Hoje, estão em palanques adversários. Há quem aponte que sua candidatura seria linha auxiliar da ex-companheira de chapa. Ele garante que não é o caso, fala na conjuntura daquele momento, na formação de uma opção de esquerda, e deixou escapar uma crítica à Marília por causa dos outros integrantes da chapa, se referindo a Sebastião Oliveira (Avante) e André de Paula (PSD).

Agregador de pesquisas JC

Confira abaixo os números do agregador de pesquisas do JC com a Oddspointer: