Danilo Cabral vira alvo de todos, mas está certo sobre momento da campanha. E Bolsonaro no Datafolha

Confira a coluna Cena Política desta terça-feira (16/8)
Igor Maciel
Publicado em 16/08/2022 às 0:01
Na sabatina da Rádio Jornal, Danilo Cabral tirou responsabilidade do partido na condução de Pernambuco, levando o debate para o cenário nacional, de desgaste com Bolsonaro Foto: GUGA MATOS/JC IMAGEM


Quando Danilo Cabral (PSB) diz que "o jogo vai começar agora", está querendo justificar não ter crescido ainda nas pesquisas. Mas, ele tem razão se você levar em consideração que o início da campanha eleitoral é hoje. Somente após o registro é possível, de verdade, colocar o time na rua. Ele tem razão, principalmente porque é na campanha eleitoral de verdade, com propaganda liberada, que a força da estrutura faz diferença. E se há algo que ninguém pode negar que o PSB tem é estrutura. É agora que o tempo de propaganda, a quantidade de inserções e a massificação das mensagens toma corpo. Com 40% de todo o tempo de propaganda, Danilo terá vantagem. Sobra pouco mais de 20% para Miguel Coelho (UB) e o resto dos candidatos divide o saldo. Marília terá pouco mais de um minuto para passar seu recado, enquanto Danilo terá mais de quatro minutos. Levando em conta que o objetivo dele será tirar votos dela, há uma grande vantagem em ter mais tempo para argumentar.

Tem jeito?

É por isso que o desafio da neta de Arraes se torna decisivo a partir desta semana. A cada dia, em cada pesquisa que for sendo divulgada, em cada atualizações de agregadores, como o do JC, será possível entender se mais tempo de propaganda estará conseguindo fazer com que ela caia e Danilo cresça. Ou se ele não tem jeito mesmo.

Paulo? Quem Paulo?

Começou a temporada de esconder o gestor da vez na campanha do PSB. Paulo Câmara (PSB) sumiu. Nas imagens em que anuncia o lançamento do período de propaganda, a equipe de Danilo Cabral (PSB) resolveu que é melhor esconder o governador. A imagem com o convite para o primeiro ato, em Brasília Teimosa, tem imagens da chapa, de Lula e de João Campos (PSB). De Paulo, não. No Instagram, se for olhar as postagens, a última foto em que ele aparece foi em 19 de julho, há quase um mês. É reflexo dos problemas que o atual governador provoca nos argumentos de Danilo.

Estratégia

É difícil imprimir credibilidade ao sucessor de alguém que é tão rejeitado. Um exemplo foi a nova proposta do socialista: “ter o menor IPVA do Nordeste”. Quem escuta acha graça e rebate, não por ser algo irreal, não por Danilo estar falando qualquer absurdo, mas porque a cobrança de impostos, incluindo o IPVA, sempre foi uma das maiores reclamações dos pernambucanos em relação ao atual governo, que é do mesmo PSB de Danilo. Antes disso, Danilo havia prometido água na casa da população. Foi ridicularizado e rebatido da mesma forma pelos adversários, com os mesmos argumentos: “como vocês vão fazer, agora, tudo o que não fizeram em quase duas décadas”?

Também sobre o Agreste

A candidata a vice de Miguel, Alessandra Vieira (UB) publicou a interação com uma postagem de Danilo nas redes sociais que mais chamou a atenção ontem. O socialista participou de uma sabatina numa rádio do Agreste.  Alessandra é da região e sua família é ligada ao setor têxtil. O candidato do PSB exaltou o Polo de Confecções na entrevista e os empregos gerados. Mas, Danilo deu uma escorregada nos números e a adversária não deixou barato. O socialista falou em 10 municípios e 10 mil empregos. Na verdade, segundo Alessandra, o Polo Têxtil é formado por 38 municípios e gera 250 mil empregos. "Esse Polo de confecções que o candidato do PSB conhece não existe desde os anos 1970", completou a candidata.

Bolsonaro e o Datafolha

O Auxílio Brasil turbinado começou a ser pago, incluindo benefícios para taxistas e caminhoneiros. A redução no preço da gasolina também teve impactos, por mais que tudo seja passageiro e isso aliviou a pressão sobre os números da campanha de Bolsonaro (PL). A sustentação disso, talvez saibamos esta semana. O instituto Datafolha registrou nova pesquisa e já deve divulgar os resultados na próxima quinta-feira (18). As entrevistas estão sendo feitas com mais de 5,7 mil eleitores. Número bem elevado, perto de levantamentos registrados com no máximo 2 mil pessoas e alguns por telefone que estão sendo mostrados nos últimos dias. O levantamento já deve captar, também, a desistência de André Janones, que resolveu apoiar Lula (PT).

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