A ideia do impossível com chance de se realizar, era algo bem presente há quase 30 anos, na copa do mundo de 1994. Nesta segunda-feira (22), na entrevista de Jair Bolsonaro (PL) ao Jornal Nacional, essa impressão se fez presente também.
Em 1994, a seleção brasileira de futebol tinha um jogo considerado feio e foi campeã. O jogo de Dunga, Jorginho e Mauro Silva era truncado, mais de força e fôlego do que de talento. O diferencial era que, na hora de decidir, um fora de série Romário se destacava.
Ninguém dava nada pelo Brasil de 1994, mas as outras candidatas ao título eram igualmente ruins e não tinham Romário. Acabamos tetracampeões.
As torcidas, como sempre, vão gritar versões daquilo que puderem para sustentar seus propósitos. Mas, a verdade é que o presidente, apenas por não ter explodido, xingado ou levantado da mesa e ido embora, saiu-se bem.
Sim, porque era essa a expectativa que muitos tinham, inclusive na própria equipe de campanha. Houve o temor de que, irritado com os apresentadores William Bonner e Renata Vasconcellos, Bolsonaro tirasse o microfone, levantasse e saísse.
Seria uma tragédia, igual perder para a Rússia ou para Camarões na Copa, logo na primeira fase.
Essa primeira prova mostrou que Bolsonaro pode tentar ser normal. Na bancada do JN estava um presidente da República, como poucas vezes ele se pareceu nos últimos anos.
O discurso é ruim? É péssimo, na verdade.
A dificuldade para encadear argumentos continua sendo protagonista. Não é por acaso que fez declarações e precisou admitir (sem assumir) o engano, como ao dizer que “nunca xingou ministros do Supremo”, para depois afirmar que “xingou apenas um, porque foi provocado”.
O ápice da entrevista? Por incrível que pareça, a Economia.
Não se trata de gostar ou não gostar dele, concordar ou achá-lo bonito. Trata-se de entender que ele soube aproveitar o momento.
A Economia, que era prevista como o maior calo desse governo, acabou sendo o ponto alto das falas de Bolsonaro. Ele conseguiu assumir a paternidade dos programas sociais aprovados e que começaram a ser distribuídos nos últimos dias.
Conseguiu falar para o seu público e também para aqueles que não votam nele, mas estão recebendo ajuda do governo nos últimos dias.
A entrevista mostrou que, se pode ser controlado por uma equipe de campanha, Bolsonaro pode ser um candidato muito melhor do que o presidente dos últimos quatro anos.
No fim, resta saber se ele é o Brasil ou a Itália de 1994, que botou bola na trave, na final da Copa, mas perdeu nos pênaltis.
O "futebol" agora é bem diferente do que era há 28 anos. A política também. E ainda faltam quase 40 dias de campanha, com um guia eleitoral no caminho e uma rejeição altíssima.
Não é fácil, mas não parece tão impossível como já pareceu.
Em Pernambuco para receber uma homenagem do Governo do Estado, o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes declarou em discurso que queria se transformar em um "animador cultural do Compaz". Ele conheceu uma unidade do equipamento acompanhado do gestor da pasta responsável, Murilo Cavalcanti. Gilmar elogiou a estrutura e o propósito do projeto e se ofereceu como parceiro.
Conselheiro federal da OAB, o advogado Bruno Baptista lança livro hoje (23), às 18h, na sede da OAB/PE, com textos do período em que ocupava a presidência da Ordem. O conteúdo é uma seleção do que o então presidente escrevia nas páginas do Jornal do Commercio, o período da pandemia. Há artigos sobre as instituições brasileiras e a democracia, por exemplo. Os direitos autorais do livro serão revertidos integralmente para o Lar do Neném.