A bancada pernambucana em Brasília é formada por 28 parlamentares. São 25 deputados federais e três senadores.
Pensamentos diferentes, objetivos de médio e longo prazo diferentes para a própria carreira, partidos diversos e diretriz ideológica idem. O que os faz iguais é o fato de terem recebido o voto dos pernambucanos e receberem o salário deles como resultado desse voto.
Quando, ainda no governo Bolsonaro (PL), falou-se na possibilidade de Pernambuco perder a Transnordestina, houve correria, gritaria, discursos inflamados sobre perseguição e a promessa de que “uma solução seria encontrada”.
Pelo jeito, não foi.
Ao sair de uma reunião com integrantes do Governo Lula, esta semana, em Brasília, a governadora Raquel Lyra (PSDB) foi surpreendida. Tomou conhecimento de que um arranjo entre o Ceará e o Piauí, na Esplanada dos ministérios chefiada por um presidente Pernambucano, quer mesmo excluir o estado da Transnordestina, praticamente eliminando o ramal de Suape.
Ontem, nesta mesma coluna, foi feito um questionamento sobre a atuação da bancada pernambucana e um reforço, talvez, seja necessário.
É que os pernambucanos estão sentindo falta das falas incisivas em defesa do estado, de um grupo de parlamentares que os deveria representar.
É curioso que não haja ainda convocação de reunião da bancada e que não haja pelo menos umas duas dezenas de declarações de repúdio nas redes sociais.
O problema, então, não é prejudicar Pernambuco, mas a origem do mal? Se for o governo Lula, tudo bem tirar a Transnordestina daqui?
É um questionamento sincero, de quem sabe que a realidade política se relaciona com a hipocrisia como leite em água, que se dilui e, dependendo da proporção, com o tempo não mais se enxerga diferença.
A cobrança é ainda mais importante para os parlamentares do PT, do PCdoB e do PSB, por serem aliados mais próximos de Lula. No caso dos senadores, dois de três são petistas.
Humberto Costa (PT) e Teresa Leitão (PT) já se ofereceram para mediar a situação e evitar o prejuízo a Pernambuco?
Início de governo é momento em que ninguém quer discutir ou cobrar a gestão. Quem quer emplacar nomes em cargos de segundo e terceiro escalão no governo Lula vai ter medo de brigar com o governo Lula.
Pernambuco que espere?