Eleição em Paulista com vantagem para o PSDB e expectativa para o PSB
Júnior Matuto (PSB) tem um problema para o 2° turno que é a rejeição alta. Mas se João Campos for para lá pode ajudá-lo contra o candidato do PSDB

Os eleitores de Paulista, no Grande Recife, é que vão decidir se o PSDB da governadora Raquel Lyra ou PSB do prefeito João Campos irá comemorar por ter eleito o maior número de candidatos no estado.
O número seco esconde a informação importante de que os tucanos tinham apenas cinco prefeituras e subiram 520% com o apoio da governadora, enquanto os socialistas caíram mais de 40%, porque antes havia 53 municípios sob seu comando.
Cenário
Paulista vai decidir porque lá existe uma disputa direta entre um candidato do PSB contra um nome do PSDB. Ramos (PSDB) tem a vantagem que trouxe do primeiro turno, de 14 pontos percentuais sobre Júnior Matuto (PSB). O socialista conseguiu liderar as pesquisas em boa parte da campanha, mas viu o adversário ultrapassá-lo na apuração dos votos.
O candidato do PSB tem um sério problema para o segundo turno, que é a rejeição alta, perto de 50% em algumas pesquisas. Mas os apoiadores de Ramos estão na expectativa para avaliar como se dará o apoio de João Campos ao adversário e se isso pode influenciar muito nas intenções de voto.
Influência de João
No primeiro turno, Campos saiu do Recife para ajudar aliados em Olinda e Jaboatão. A taxa de sucesso foi de 50%. Em Olinda, o candidato da esquerda saiu da terceira colocação e foi para a primeira. Isso aconteceu logo após um evento realizado com o prefeito do Recife.
Em Jaboatão foi o contrário, Elias Gomes (PT) saiu da segunda colocação e terminou em terceiro. Também logo após a ida de Campos à cidade vizinha onde nem houve segundo turno. A tendência agora é que peça votos em Paulista, já que está com a própria eleição resolvida.
O bom…
O candidato do PSDB em Paulista, Ramos, terminou com quase 24 mil votos a mais que o adversário. É considerável e um ponto muito positivo. Além disso, os mais votados fora do segundo turno são de partidos que tendem a migrar com mais facilidade para a candidatura dele. Lívia Álvaro, do PP, terminou em terceiro com 15,7 mil votos. Em quarto lugar ficou o candidato do PL, Edinho Faz, 15,3 mil votos. Essa é a parte boa.
…e o ruim
A dificuldade do tucano é não poder contar muito com a ajuda de alguns padrinhos políticos. A governadora Raquel Lyra tinha, no fim da campanha, rejeição ainda alta por lá, por volta de 50%. O atual prefeito, Yves Ribeiro (PT), que também apoia Ramos, tem mais de 70% de rejeição, segundo essas mesmas pesquisas.
O milagre da multiplicação…
Basta andar um pouco pelas cidades do interior, em Pernambuco e em vários outros estados do país, para observar um cenário curioso e preocupante. Há cidades pequenas, onde não há esgoto, as escolas são precárias, a saúde é uma lástima e a economia está destruída. O que não falta por lá é asfalto.
E a origem do dinheiro para colocar esse asfalto, quando se vai procurar, é quase sempre a famosa “emenda pix”, antes conhecida como “orçamento secreto”.
…do asfalto no interior
O dinheiro chega através de emendas de deputados e ajudaram bastante na reeleição de prefeitos este ano. Quando são consideradas as cidades que mais receberam “emendas pix”, os prefeitos desses municípios tiveram taxa de reeleição próxima a 90%.
É um grande mistério essa preferência dos parlamentares por enviar o dinheiro a que têm direito para colocação de asfalto em cidades que às vezes nem tem saneamento na área. E, olha a coincidência, exatamente as emendas que são mais difíceis para a Justiça rastrear a aplicação do dinheiro.