O risco de imbecis motivados com acesso a treinamento e armas
O pior é que eles só perceberiam que o plano não tem como dar certo quando o caos já estivesse instalado, com três assassinatos consumados.
O imbecil motivado é sempre um perigo. Basta ver o homem que se explodiu na Praça dos Três Poderes.
Mas se ele for um imbecil motivado, bem treinado e armado, transforma-se numa tragédia de proporções bíblicas. É o caso mais recente, desse plano para matar um presidente da República, seu vice e um presidente do STF.
Os presos na operação da Polícia Federal relacionada a uma tentativa de golpe em 2022, incluindo o plano para matar Lula, Alckmin, além de sequestrar/matar o então presidente do STF Alexandre de Moraes, são cinco imbecis motivados com treinamento e armas.
O mais chocante de tudo isso é que eles ficaram muito próximos de colocar em ação o projeto, chegaram a produzir planilhas com a sequência de ações, relacionaram armas pesadas, munições e até morteiros, negociaram fundos financeiros para patrocinar tudo em contato com um ajudante de ordens do então presidente Jair Bolsonaro (PL).
Dinheiro
Até o custo inicial da operação estava definido: R$ 100 mil. Chegaram a fazer campana, cobrindo o trajeto que os “alvos” faziam todos os dias. No dia em que Moraes seria sequestrado, os militares chegaram a assumir posições, até que em cima da hora um dos integrantes mandou abortar. Ninguém sabe direito o motivo ainda, mas evitou uma tragédia.
Bombas
Os planos falavam, em termos militares, sobre a prioridade da “missão” e o risco envolvido. Definiam que as baixas (mortes) do ministro, dos seguranças do STF e até do próprio grupo eram “prováveis”. Na relação de armamentos havia uma bomba contra blindados e fica claro nas conversas interceptadas que a ideia era usá-la no carro de Moraes.
Não dava
Além de toda a bizarrice criminosa envolvida, ainda há outro fator que precisa ser considerado: não tinha como dar certo. Mas os imbecis em questão só conseguiriam perceber que o plano daria errado depois que já tivessem matado um presidente da República, um vice-presidente e um presidente do Supremo Tribunal Federal.
O esclarecimento viria apenas depois da tragédia consumada. Eles terminariam presos ou mortos, é verdade, mas o caos já estaria instalado.
Lastro
Não tinha como dar certo porque não havia lastro militar, nem político, nem midiático. Em todas essas esferas, não havia apoio nacional e nem internacional. Nas conversas interceptadas, os integrantes até desconfiam que isso seria um problema, mas não interrompem o planejamento que incluía envenenar Lula e Alckmin, montar um gabinete de crise comandado pelo então chefe da Casa Civil, Braga Netto e pelo general Augusto Heleno.
Faltou gente
Não daria certo principalmente porque era um grupo isolado dentro das Forças Armadas.
Em uma das interceptações, um dos integrantes informa a um comparsa que estava com dificuldade porque cinco generais contra o golpe e só três favoráveis, sem citar quais seriam. “E os outros não se pronunciam esperando para ver o que acontece”, completa.
Uma ação desse tipo teria, imediatamente, a reação de tropas leais à democracia. Ainda mais com a repercussão negativa que haveria por causa das mortes. O apoio popular a uma ação nesses termos seria muito difícil. Mas o estrago estaria feito.
Motivadores
Por fim, é necessário entender que a expressão “imbecil motivado” carrega o componente da motivação como motor das ações e artífice das consequências.
Mais: toda motivação tem uma origem. O planejamento das ações criminosas começou, segundo a investigação, em uma reunião na casa do ex-ministro e então candidato a vice-presidente, o general Braga Netto. Ele, aliás, seria o chefe do gabinete de crise após os assassinatos. Parte dos documentos apreendidos, isso já se sabe, foi impressa dentro do Palácio do Planalto, num dia e hora em que o presidente Jair Bolsonaro estava em seu gabinete.
Quando um imbecil motivado comete um crime, é preciso sempre ir buscar os motivadores. Se já há segurança para apontar, falta a Polícia Federal dizer quem são e mandar prendê-los também.
OAB/PE
A presidente eleita da OAB em Pernambuco foi entrevistada no programa Passando a Limpo, na Rádio Jornal. Ingrid Zanella falou sobre a disputa que venceu e sobre sua prioridade neste primeiro momento após a eleição: unir os advogados pernambucanos.
Ela lembrou a história de luta da OAB em vários segmentos sociais e políticos brasileiros, comemorou as conquistas da atual gestão, da qual faz parte como vice, e apontou para o futuro com planos para os jovens advogados.
100% de acerto
No dia em que foi realizado um debate entre os candidatos à presidência da OAB, na Rádio Jornal, foi divulgada também uma pesquisa do IPESPE que mostrava vantagem de Ingrid. Ela acabou eleita.
O IPESPE acompanhou este ano, com pesquisas regulares, as eleições da OAB em Minas Gerais, Distrito Federal e Pernambuco, e apontou os vitoriosos nos três estados com sucesso, todos com percentuais muito próximos aos resultados das votações.