Pazuello tentou mostrar serviço, mas esforço foi inútil

Leia a opinião de Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
Publicado em 16/03/2021 às 6:48
General saiu machucado após acidente com moto Foto: TONY WINSTON/MINISTÉRIO DA SAÚDE


Pazuello lutou

Eduardo Pazuello até que se esforçou para tentar manter o cargo de ministro da Saúde, mas sua situação ficou insustentável após os partidos do Centrão, especialistas em governabilidade, convencerem o presidente Jair Bolsonaro da necessidade da mudança. O Centrão até tinha sugestões para o cargo, mas não pressionou o governo, em respeito ao seu princípio de escolher ministros, sobretudo de áreas estratégicas como Saúde. Bolsonaro havia desistido de Pazuello já na sexta (12).

Apesar das sugestões do Centrão, Bolsonaro fez sua busca pessoal de nomes notáveis, e bateu o martelo pelo cardiologista Marcelo Queiroga. O novo ministro da Saúde tem perfil semelhante ao de Milton Ribeiro, ministro da Educação: é do ramo, respeitado e deve pacificar a área.

Pazuello virou uma figura "tóxica", pagando preço elevado por seguir diretrizes muito criticadas. Acabou se queimando até com Bolsonaro. Em nova coletiva, neta segunda (15), Pazuello tentou mostrar serviço, com boas notícias sobre compra de vacinas, mas o esforço foi inútil.

Presidente prega venda direta

Diante de apoiadores, o presidente Jair Bolsonaro voltou a defender a venda direta do etanol aos postos de combustíveis, nesta segunda-feira (15). Não é a primeira vez que ele diz ser favorável ao direito do produtor de vender seu etanol diretamente aos postos, sem a intermediação das distribuidoras, que atuam como atravessadores e encarecem entre 16% e 22% o preço final ao consumidor. O problema é que o presidente não joga peso político para acabar o "cartório" que favorece as distribuidoras. As distribuidoras, que só produzem notas fiscais, adquiriram na agência reguladora ANP a exclusividade na venda de combustíveis aos postos.

Mosca azul

O projeto de Pazuello de disputar o governo ou vaga de senador do Amazonas, revelado nesta coluna, provocou quase tanta decepção quanto o antecessor Mandetta. A ambição dos dois custou-lhes o cargo.

Baita gestor

Celso Amodeo, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, classificou de "baita gestor" o titular Marcelo Queiroga, ontem convidado a assumir o Ministério da Saúde. "Confio muito nele", disse.

Frase

Os caras do PT falando de rachadinha é como um ladrão de banco que acusa um cidadão de passar o sinal vermelho" - Deputado Marco Feliciano (Rep-SP) ironiza as trocas de acusações, nas redes sociais.

Contratadas

Marcelo Queiroga assume o cargo com mais de meio bilhão de doses de vacina já contratadas. Na sua coletiva de ontem, em tom de prestação de contas, Eduardo Pazuello fez um balanço de todas as doses revistas.

Prioridades

O Conselho de Ética da Câmara analisa nesta terça o "plano de trabalho" do processo contra Flordelis (PSD-RJ), acusada de mandar matar o marido. No caso do deputado que criticou o STF num vídeo na internet, a prisão veio primeiro.

País imunizado

A melhor notícia da coletiva do ministro Eduardo Pazuello (Saúde) foi que o Brasil comprou mais doses que o suficiente para imunizar 100% da população. Teremos mais de 100 milhões de doses para eventual reforço.

Perda de tempo

A "comissão especial" da Câmara que acompanha o enfrentamento à pandemia de Covid-19 se reúne nesta terça (16) para "discutir a situação das vacinas no Brasil". A imunização começou há quase dois meses.

 

 

 

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