Mesmo pagando as passagens de avião mais caras do mundo, o brasileiro sofre com serviços aéreos precários

O consumidor não tem defesa, na exploração é inclemente em que voos domésticos são mais caras do que voos para Estados Unidos e Europa. Leia os destaques de Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
Publicado em 08/11/2021 às 6:41
Aeroporto de Guarulhos. Foto: Agência Brasil.


Deveria servir de alerta

O dia de fúria, dias atrás, de um cidadão no aeroporto de Guarulhos, em São Paulo, não espantou o brasileiro há décadas tratado com desdém e desrespeito nas empresas aéreas. Ofendido em seus direitos, o cliente não tem a quem recorrer. O Brasil é vítima da desregulação do setor desde o governo FHC, há mais de vinte anos, sem qualquer proteção ao consumidor. Só empresas têm "direitos". Em vez de rever procedimentos, a "agência reguladora" Anac e as empresas sempre chamam a polícia. Ficam impunes vigarices, chanceladas pela Anac, como a promessa de reduzir o valor da passagem após a cobrança de bagagem. Caras-lisas. Temos serviços aéreos cada vez mais precarizados e mais caros, além da rotina de afanos como não ressarcir voos cancelados ou adiados. Além de pagar o bilhete mais caro do mundo, o brasileiro sofre extorsão quanto escolher o assento (até R$70) ou para reservá-los (R$90). O consumidor não tem defesa, na exploração é inclemente em que voos domésticos são mais caras do que voos para Estados Unidos e Europa.

Brasil supera os EUA na imunização

O Brasil supera esta semana os Estados Unidos em relação à proporção da população imunizada contra a covid-19 com duas doses ou vacina de dose única. Apesar de a vacinação por aqui haver iniciado um mês depois, a expertise brasileira em campanhas de vacinação fez disparar o ritmo de doses aplicadas pelo Plano Nacional de Imunização (PNI). A média diária de vacinados é maior que a americana desde junho. Desde que passamos a vacinar mais que os EUA, a média de casos diários no Brasil desabou de 78 mil para 9 mil e as mortes de 2 mil para 220. No mesmo período, os EUA enfrentam rejeição às vacinas e os casos diários saltaram de 12 mil para 70 mil. As mortes foram de 300 a 1,1 mil. Segundo o portal vacinabrasil.org, o Brasil tem cerca de 161 milhões de pessoas com ao menos uma dose, equivalente a 100% dos adultos.

Precedente ruim

O STF admitiu "morosidade da Justiça" como argumento para validar uma lei do Paraná permitindo, sem decisão judicial, a quebra do sigilo telefônico de quem passa trotes para serviços como polícia e bombeiros.

Lobby Stories

O ex-presidente da Coca-Cola Jack Corrêa lança nesta terça (9) seu livro "Lobby Stories", relatando em 46 capítulos, com precisão e senso de humor, o jogo do poder do qual participou por cerca de meio século, em Brasília. Será às 18h no restaurante Trattoria do Rosario, na Capital.

Critérios

Em 2020, antes de obrigar abertura da CPI da Covid, o Supremo decidiu o contrário com a CPI das Pesquisas Eleitorais, que tinha as assinaturas necessárias e estava parada na Corte desde 2015.

Doença sem cura

A politização doentia instaurada no Brasil chegou ao absurdo de transformar a morte da cantora Marília Mendonça em debate sobre se ela apoiava ou rejeitava Jair Bolsonaro. O presidente, aliás, divulgou uma bonita mensagem lamentando a súbita morte da artista.

Falta planetária

Ao contrário de outros anos, a desaceleração do setor automobilístico no Brasil não é por conta de crise ou demanda. Há demanda, mas a crise mundial de abastecimento de peças, como chips, esfriou as vendas.

Frase

"Câmara mostrou compromisso com os mais desfavorecidos" - Arthur Lira após aprovação da PEC dos Precatórios, que viabiliza Auxílio Brasil de R$ 400.

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claudio humberto Coluna Política
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