Filiado ao PL, Bolsonaro poderá indicar candidatos que lhe pareçam úteis ao projeto de reeleição ao Planalto

O presidente Jair Bolsonaro decidiu se filiar ao Partido Liberal (PL). Leia os destaques de Cláudio Humberto
Cláudio Humberto
Publicado em 09/11/2021 às 6:49
"Eu assisti porque foi meu ministro. Não aprendeu nada. Um ano e quatro meses não sabe o que é ser presidente, nem ser ministro", declarou Bolsonaro a apoiadores em frente ao Palácio da Alvorada. Foto: MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL


Bolsonaro definirá candidatos

O presidente Jair Bolsonaro decidiu se filiar ao Partido Liberal (PL) por haver recebido do seu presidente, ex-deputado Valdemar Costa Neto, uma proposta que atende sua preocupação prioritária de definir os candidatos nos estados, inclusive aos governos estaduais, salvo uma ou outra exceção. De acordo com a proposta, Bolsonaro poderá indicar candidatos que lhe pareçam úteis ao projeto de reeleição ao Planalto. O partido Progressistas (PP) não "cobriu" a proposta, por essa razão o presidente decidiu que vai se filiar ao PL. Não ficou claro o espaço formal que Costa Neto vai reservar a Bolsonaro, na ocupação dos cargos de direção partidária. Costa Neto é conhecido por exigir dos presidentes estaduais dos partidos que preside procurações que dão a ele poder total sobre suas decisões.

Herança da gestão Maia

As emendas de relator aparecem no centro do debate sobre votação da PEC dos Precatórios como uma moeda de troca utilizada para garantir votos favoráveis. O "orçamento secreto" foi criado recentemente, quando Rodrigo Maia presidia a Câmara e nutria sonho de ser "premier". Em tempo recorde, ele aprovou a PEC do Orçamento Impositivo e conseguiu aprisionar o orçamento federal e limitar ainda mais ações do Executivo. Quando se fala de dinheiro, ideologia fica de lado e Maia aprovou a PEC em dois turnos, em duas horas, mantendo o "sigilo", hoje tão contestado. O STF tem sido usado para moderar a atuação dos demais poderes. E é nisso que Maia apostou ao mover ação contra a PEC dos Precatórios. Maia sabe não haver afronta ao regimento no voto remoto, que foi usado para votar inúmeros projetos na pandemia, inclusive outras PECs. Fundeb, Auxílio Emergencial, proteção de dados pessoais, entre outros assuntos, foram tema de PECs votadas remotamente, sem contestação.

 

Demorou

Enquanto países como Chile e Costa Rica se recusavam a reconhecer a reeleição fraudulenta do inqualificável Daniel Ortega, ditador da Nicarágua, o Itamaraty se manteve boquiaberto, na base do "ora, veja".

Vergonha alheia

Após a explicação de que pedidos de demissão em massa no Inep, às vésperas do Enem, não têm motivação "ideológica", das duas uma: é lorota ou pouco caso com estudantes e descaso com educação.

Decisivo

Líder do governo, o deputado Ricardo Barros (PP-PR) disse esperar ao menos mil prefeitos em Brasília para dar apoio à aprovação da PEC dos Precatórios e viabilizar o Auxílio Brasil para milhões de necessitados.

Sinuca de bico

Os eventos culturais estão numa sinuca de bico com a decisão do secretário Mário Frias de vedar "passaporte da vacina" em projetos financiados pela Lei Rouanet. Afinal, o incentivo não é um "direito" e sim um benefício sujeito a regras fixadas pela Secretaria de Cultura.

Nas arábias

O presidente Jair Bolsonaro fará uma série de visitas a países árabes. Começará no sábado (13) nos Emirados Árabes Unidos, depois seguirá para o Reino do Bahrein e finalmente no Catar, entre os dias 17 e 18.

Privatiza já

A Comissão de Assuntos Econômicos do Senado retoma nesta terça (9), após 15 dias, a análise do projeto de lei que permite a privatização dos Correios. O projeto, já aprovado na Câmara, não sofreu alterações.

Frase

"Dão muito mais lucro que o gasto com o próprio salário" - Presidente Bolsonaro ao lembrar apuração de ilícitos e apreensões de drogas pela PF.

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claudio humberto Coluna Política
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